quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Suetônio e a historicidade de Cristo

Por Marcelo Berti

Gaio Suetônio Tranquilo foi um historiador romano que também deve ser lembrado na pesquisa sobre a historicidade de Cristo. Gary Habermas em seu livroThe Historical Jesus, afirma que “pouco se sabe sobre ele, exceto que ele era o secretário chefe do Imperador Adriano (117-138 dC) e que tinha acesso aos registros imperiais” (HABERMAS, Gary, Historical Jesus,College Press, 1996; pp.190).


Um dado interessante sobre Suetônio é que ele desenvolveu uma amizade com Plínio o Jovem, que o descreve como um homem “quieto e estudioso, um homem dedicado a seus estudos”. Provavelmente em função desse relacionamento, que Suetônio recebeu favor de Trajano, de quem recebeu uma propriedade na Itália, e de Adriano, a quem serviu como secretário chefe.

Suetônio ocupa um lugar importante na história dos historiadores em função de suas biografias sobre doze Imperadores Romanos, de Júlio César a Domiciano, obra denominada De Vita Caesarum, escrito provavelmente durante o período de Adriano. Nessa mesma obra encontramos ao menos duas citações que nos interessam:
“Como os judeus, por instigação de Chrestus, estivessem constantemente provocando distúrbios, ele [Claudio] os expulsou de Roma” – (MACDOWELL, Josh, Evidências que exigem um veredito, Cadeia, 1992, pp.106)

Nessa citação encontramos a expressão “Chrestus”, o que MacDowell notifica como uma “outra forma de escrever Christus”, a versão latina do nome grego para Cristo, do mesmo modo que quase todos os comentaristas dessa expressão (cf. Habermas, Voorst, Geisler). Essa explicação é provavelmente proveniente do trabalho de Paulus Osorius em History against pagans 7.6, que apresenta uma variante textual para o mesmo trecho, substituindo o termo “Chrestus” por “Christus”. Entretanto, Voorst nos lembra que a leitura mais difícil, que nesse caso é aquela primeiramente apresentada, é provavelmente a verdadeira (VOORST, Robert E. Jesus outside the New Testament: An introduction to the ancient evidence. Eedermnans, 2000, pp.30).

A autenticidade da citação é plausível, se realmente faz referência a Cristo, em função de dois detalhes importantes: (1) Dificilmente um cristão não colocaria Cristo em Roma por volta do ano 49; e (2) certamente não ousaria chama-lo de causador de distúrbios. Também é importante notar que a fonte de Suetônio não é um cristão, pois seria difícil pensar que um cristão soletrasse equivocadamente o nome do seu Salvador.

Entretanto, a pergunta é mais importante é: Suetônio realmente fala de Cristo? A pergunta nasce no reconhecimento que o nome usado por Suetônio também era conhecido como um nome greco-romano, além do fato que parece estranho que Cristo estivesse em Roma, por volta do ano 49 dC. Entretanto, a maioria dos historicistas parece concordar que nessa citação encontra-se uma referência a Cristo, como o próprio ateu Andrew Norman Wilson atestou: “Apenas o mais perversos dos acadêmicos duvidaria que Chrestus é Cristo” (WILSON, A.N, Paul: The mind of the Apostle, Norton, 1997, pp.104; IN: VOORST, Robert E. Jesus outside the New Testament: An introduction to the ancient evidence. Eedermnans, 2000, pp.32). Contudo, essa convicção de Wilson tem fundamento? Acreditamos que sim.

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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Cornélio Tácito e a historicidade de Cristo

Por Marcelo Berti

Cornélio Tácito é reconhecido pela história como governador da Ásia e historiador. Robert E. Van Voorst o considera como o maior historiador Romano, embora não se saiba muito sobre sua família, cidade de nascimento e ocasião da morte. (VOORST, Robert E. Jesus outside the New Testament: An introduction to the ancient evidence. Eedermnans, 2000, pp.39). Ele escreveu um livro chamado Histórias no qual trata dos eventos e acontecimentos romanos entre 69-96dC, e é fonte de muitos dos acontecimentos de Galba, Otho, Vitélio, Vespasiano, Tito e Domiciniano. Esse livro teria sido escrito em 20 diferentes volumes dos quais apenas os quatro primeiros sobreviveram juntamente com fragmentos do quinto volume.

Seu trabalho que nos chama a atenção é chamado Anais, seu último e incompleto trabalho de registro histórico. Originalmente esse livro foi escrito em trinta diferentes livros, e embora tenha sido escrito após o livro Histórias, trata de assuntos históricos anteriores a ele. Pouquíssimas cópias desse livro subsistiram até nossos dias, sendo que uma cópia encontra-se no monastério beneditino da Abadia de Corvey e uma segunda cópia encontra-se em outro mosteiro beneditino em Monte Cassino.

Nesse mesmo livro encontramos uma citação interessante de Tácito sobre os cristãos:

“Mas nem todo o socorro que um pessoa poderia ter prestado, nem todas as recompensas que um príncipe poderia ter dado, nem todos os sacrifícios que puderam ser feitos aos deuses, permitiram que Nero se visse livre da infâmia da suspeita de ter ordenado o grande incêndio, o incêndio de Roma. De modo que, para acabar com os rumores, acusou falsamente as pessoas comumente chamadas de cristãs, que eram odiadas por suas atrocidades, e as puniu com as mais terríveis torturas. Christus, o que deu origem ao nome cristão, foi condenado à extrema punição [i.e crucificação] por Pôncio Pilatos, durante o reinado de Tibério; mas, reprimida por algum tempo, a superstição perniciosa irrompeu novamente, não apenas em toda a Judéia, onde o problema teve início, mas também em toda a cidade de Roma” – (TACITUS, Cornelius, Annales ab excesso div August. Charles Dennis Fisher, Clarendon Press, Oxford, 1906)

Dois detalhes são importantes de serem reconhecidos: (1) o termo que Tácito usa para se referir aos cristãos, provavelmente foi mal escrito, pois em latim o texto traz a expressão “chrestianos” e que posteriormente tenha sido alterado para “cristianos”, ou seja cristãos. (2) O nome Christus é foi vertido em latim apenas para demonstrar que Tácito tinha uma informação clara sobre o grupo de cristãos, sobre quem escrevia.

Como acontece com todas as referências históricas diretas a respeito de Cristo, os críticos questionam a autenticidade dessa citação, afinal, é por demais similar as informações que encontramos nos evangelho canônicos. Voorst atesta alguns trabalhos críticos sobre o texto de Tácito, que questionam a veracidade dessa expressão: P. Corneli Tacit, Annalim Libri de F. Romer; Cornelios Tacitus, Annales de K. Wellesley e Tacite, Annales livres de P Wuilleumier. Entre as declarações encontramos a afirmação de que existe um problema textual na descrição da morte que Jesus sofreu, se foi apenas uma condenação, ou se foi crucificação. O texto de Charles Dennis Fisher que usamos aqui, expressa apenas a punição extrema, o que sugere a condenação à morte romana, que normalmente seria por crucificação, entretanto, é possível que o próprio termo não tenha sido empregado por Tácito, como procuramos demonstrar acima.

domingo, 4 de agosto de 2013

O Dilúvio

Por Bob Deffinbaug




INTRODUÇÃO

 O mundo sabe muito pouco sobre a Bíblia, mas poucos desconhecem a história da arca de Noé. Existem brincadeiras sobre ela, quadros, filmes sobre sua procura e até mesmo representações em cerâmica. O conhecimento a respeito do dilúvio é quase universal, mesmo fora do relato bíblico do livro de Gênesis.

“Parece que devemos concluir que o dilúvio, se não engolfou toda a terra, pelo menos engolfou toda a raça humana, devido a certas indicações na narrativa de Gênesis, bem como porque tais relatos são encontrados em todos os continentes e entre quase todos os povos da terra. Esses relatos se referem a um dilúvio destrutivo ocorrendo logo no início de suas respectivas histórias. Em cada caso somente um ou poucos indivíduos foram salvos e foram encarregados de repovoar a terra. Até agora os antropologistas já reuniram cerca de 250 a 300 dessas histórias a cerca do dilúvio.”[1]

Esta familiaridade com a história é o maior obstáculo para o aproveitamento de seu estudo em Gênesis. Chegamos ao texto com a cabeça feita, achando que não há nada de novo ou muito pouco sobre ele que deveria mudar nosso pensamento ou comportamento.

 Suponhamos, por exemplo, que o tema da história seja o julgamento e a destruição, o que, de certa forma, é verdade. Holywood criaria muita coisa com esse acontecimento. Veríamos todas as formas de atos pecaminosos graficamente retratados na tela. Quando o enredo não pudesse mais sustentar a produção de cenas de luxúria, o foco se voltaria para a destruição e a violência. Famílias seriam drasticamente separadas por torrentes tempestuosas. Mães seriam arrancadas de seus bebês. Prédios rachariam e se desmoronariam na inundação.

 Ainda que esta pareça ser a força propulsora da história, nenhuma palavra pode ser encontrada para des-crever o processo real que resultou em agonia, sofrimento e morte. Nenhuma cena se passa diante de nossos olhos de tal devastação. O julgamento certamente é um dos temas deste acontecimento, mas, graças a Deus, há um tema muito maior, o da graça salvadora de Deus. Embora não ousemos ignorar os alertas desse texto, não vamos perder de vista também seu encorajamento.

 Enquanto alguns fixam sua atenção no pecado e na devastação do dilúvio, outros tentam encontrar seu significado concentrando-se nos mecanismos da inundação. Embora esteja certo de que aqui existe muita coisa interessante para as mentes científicas, deixe me simplesmente preveni-los de que, muitas coisas propostas em nome da ciência, são apenas teoria e especulação. Não desejo de forma alguma desacreditar ou desencorajar tais esforços. Só desejo dizer que não ousamos construir nossas vidas sobre eles, e ressaltar que este tipo de abordagem não enfoca o propósito principal do relato do dilúvio em Gênesis.

 O propósito desta lição não é uma análise detalhada do evento, e sim uma boa olhada no significado e na mensagem do dilúvio para os homens de todas as épocas. Com isto em mente, vamos voltar nossa atenção ao a-contecimento.

PREPARAÇÃO
(6:9 – 7:5)

 Falando de um modo geral, esta seção trata dos preparativos necessários para o dilúvio. As razões para ele são dadas nos versos 9 a 12. A revelação a seu respeito é dada a Noé nos versos 13 a 21. A ordem para entrar na arca é dada em Gênesis 7:1-4. Gênesis 6:22 e 7:5 registram a obediência de Noé às instruções divinas.

 Os versos 9 a 12 do capítulo 6 e os últimos versos do capítulo 8 são os mais importantes desta passagem, porque eles ressaltam as razões para o dilúvio e o propósito fundamental de Deus para a história. Por esta razão dedicaremos a maior parte de nossa atenção aos primeiros e aos últimos versos concernentes ao dilúvio e às passagens do Novo Testamento que tratam desse mesmo assunto.

 Enquanto que a intenção do dilúvio foi a destruição da raça humana, a arca foi designada para salvar Noé e sua família e assegurar o cumprimento do propósito divino para a criação e da promessa de salvação de Gênesis 3:15. A chave para o nosso entendimento do acontecimento está na compreensão do contraste entre Noé e seus contemporâneos.

 Noé foi um homem justo, íntegro em sua época; Noé andava com Deus (Gênesis 6:9).

 Que epitáfio! Noé foi um homem justo. O caráter de Noé é descrito por duas palavras: justiça e integridade. A palavra justiça (no hebraico saddiq)

… é uma palavra comumente usada com referência aos homens. Significa que eles se ajustam a um padrão. Desde que Noé se ajustou ao padrão divino, ele encontrou a aprovação de Deus. No entanto, o termo é basicamente forense. Por isso, apesar de haver a aprovação divina, esta não implica em perfeição por parte de Noé. Implica simplesmente em que, aquelas coisas que Deus procura num homem, estavam presentes em Noé.[2]

Sem nenhuma pretensão de perfeição, Noé foi um homem que guardou a Palavra de Deus. Ele satisfez a expectativa de Deus para o homem, enquanto que o resto da humanidade era vil.

A segunda expressão usada para Noé é “íntegro” (verso 9). A palavra hebraica é tamim. “Desde que a raiz hebraica envolve a idéia de “completo”, é justificado concluir que somente aquela foi uma vida completa sob todos os aspectos, e em todos os sentidos, sem faltar nenhuma qualidade essencial.”[3]

Adiante dessas duas expressões técnicas, Moisés resumiu a justiça de Noé ao escrever “Noé andava com Deus” (Gênesis 6:9).

 Aqui é enfatizada a amizade entre Noé e Deus, a intimidade de sua união. Bem como é refletida a continuidade desse relacionamento. Foi um caminhar diário, algo confiável.

 Indubitavelmente o relacionamento entre Noé e Deus era baseado na revelação a cerca da criação do homem e sua queda. Mais especificamente, incluiria a promessa de redenção de Gênesis 3:15. Possivelmente envolveria também alguma outra revelação que não nos foi registrada por Moisés.

 Creio que a justiça de Noé era baseada mais em sua fé em Deus do que no temor das conseqüências da desobediência. Que eu saiba, Noé não tinha idéia de que o julgamento divino devia sobrevir à terra até que Deus lhe revelou pessoalmente (verso 13 e ss). Esta revelação do derramamento da ira divina foi dada em conseqüência do relacionamento de Noé com Deus. Caso os homens tivessem sido avisados do dilúvio que haveria de vir, poderiam muito bem ter obedecido a Deus pelo simples temor da punição. O relacionamento entre Noé e Deus não era motivado por tal temor, mas pela fé. Fé, não medo, é o motivo bíblico para o relacionamento com Deus (apesar de haver algo como um certo temor piedoso).

 Vamos ser bem claros a respeito da justiça de Noé. Foi aquela justiça que vem pela fé.

 “Pela fé, Noé, divinamente instruído a cerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem pela fé.” (Hb. 11:70)

 Não foram as obras de Noé que o preservaram do julgamento, mas a graça. “Mas Noé achou graça diante do Senhor” (Gênesis 6:8). Salvação é pela graça, mediante a fé, não por obras, mas para boas obras. (Efésios 2:8-10).

 Em contraste com a justiça de Noé estava a corrupção do homem. “A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida, porque todo o ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra.” (Gênesis 6:11-12)

 Só Noé era justo em seus dias. “Disse o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e tua casa, porque reconheço que tens sido justo diante de mim no meio desta geração.” (Gênesis 7:1)

 O que isto diz de sua família, não sei, mas quem poderia deixar de acreditar que todos que estiveram na arca não creram em Deus, pelo menos depois do dilúvio! Não havia outra pessoa justa para ser introduzida na arca, pois ninguém mais andava com Deus. Todos os justos relacionados no capítulo cinco morreram antes do dilúvio ter ocorrido.

Os homens eram depravados e corruptos por dentro e em si mesmos. O que Deus decidiu destruir já era auto-destruição.[4] O relacionamento do homem com seu semelhante poderia ser resumido numa palavra – violência.

 Quero que percebam que, em lugar algum Moisés especifica quais são os pecados desta geração. Tal coisa poderia despertar nossa curiosidade ou luxúria. Mais que isto, não creio que o povo daquela época foi destruído por ter se tornado uma sociedade totalmente decadente. O pecador que espanca sua esposa, ou é homossexual, ou vive com uma garrafa derrapando na estrada não é, necessariamente, a pessoa mais vil aos olhos de Deus. Desconfio que muitos dentre aqueles que pereceram fossem pessoas religiosas. Imagino que a sociedade daquela época fosse pouco diferente, em seu caráter, de muitas outras, com uma notável exceção – aparentemente não tinham nenhuma restrição. O ponto é que homens educados, de cara limpa, gentis com senhoras idosas, e assim por diante, mas que trapaceiam em seu imposto de renda ou tiram proveito às custas da dignidade de alguém, são tão pecadores quanto aqueles cujos pecados são socialmente inaceitáveis.

 A principal expressão do pecado do homem está em sua rebelião e espírito independente diante de Deus. Ele supõe que, ainda que Deus exista, Ele não se importa com a conduta do homem ou com suas crenças. E, se Deus se importa, é muito pouco. E o pior de tudo é a conclusão de que isso não é, de qualquer forma, da conta de Deus.

 Observe a condenação de Deus para este tipo de atitude:

 “Então, me respondeu: A iniquidade da casa de Israel e de Judá é excessivamente grande, a terra se encheu de sangue, e a cidade, de injustiça, e eles ainda dizem: O Senhor abandonou a terra, o Senhor não nos vê.” (Ez. 9:9)

 As inclinações perversas do homem estão pairando no inferno flamejante por causa da sugestão ou crença de que, ainda que Deus exista, Ele não se preocupa com o pecado nem intervém na história humana para tratar dele. Esse tipo de pensamento é fatal.

Deus não ocultou Seus propósitos de Noé. Ele revelou a ele Sua decisão de destruir a perversa civilização daquela época e ainda assim preservar Noé e o descendente através do qual a promessa de salvação seria concretizada. Foi revelado a Noé que esta destruição aconteceria através de um dilúvio, e que a salvação para ele e sua família seria por meio de uma arca.[5]

Ainda que não fosse necessário para nós o registro de todas as instruções para a construção da arca, devemos notar que os detalhes dados são específicos, mesmo no que se refere à coleta de alimento. A arca era um barco inacreditável, 450 pés de comprimento, 75 pés de largura, e 45 pés de altura (6:15). Serviria para salvar tanto o homem quanto os animais.

A PRESERVAÇÃO DO HOMEM E DOS ANIMAIS
(7:6 – 8:19)

 A arca, agora já pronta, tendo sido construída ao longo de muitos anos de acordo com o plano divino, é ocupada ao comando de Deus (7:1) pelo homem e pelos animais. Antes que o dilúvio começasse, Deus fechou a porta. Imagino que se Deus não tivesse feito assim, Noé a teria aberto para aqueles que mais tarde quisessem entrar; mas o dia da salvação devia chegar ao fim.

 A fonte de água parece sobrenatural. Bem podia ser que jamais tivesse chovido (cf. 2:6). Agora a chuva caía em torrentes. Além disso, as “fontes do grande abismo” (7:11) foram abertas. Água de cima e debaixo irrompeu por quarenta dias (7:12). As águas prevaleceram sobre a terra por 150 dias (7:24), e então baixaram em alguns meses. Cinco meses depois que o dilúvio começou a arca repousou sobre o monte Ararat (8:4, cf. 7:11). Levou um tempo considerável para as águas retrocederem e o solo ficar seco o suficiente para se andar sobre ele. Foi pouco mais de um ano que Noé e sua família passaram na arca. Ao comando do Senhor eles alegremente (tenho certeza) desembarcaram.


terça-feira, 30 de julho de 2013

Avaliando com a Bíblia a visita e pronunciamentos do Papa Francisco

NOTA: Sermão pregado na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro em 28.07.2013, baseado em um texto meu anteriormente postado no BLOG, atualizado para o contexto da visita do Papa ao Brasil, no final de julho de 2013.

Leitura: Mateus 9.35-38

E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Introdução:

Certamente temos visto multidões, idosos e jovens, enfrentando a chuva, a lama, o frio, a ausência de transporte, a insegurança das cidades, para ver o Papa em sua visita ao Brasil, que começou na segunda-feira, 22.07.2013, e se estende até o último domingo do mês. A mídia tem divulgado a visita com tanta intensidade, que se você estava neste planeta, nestas últimas semanas, não pode ter ignorado a presença do Papa no Brasil. Por exemplo, a revista semanal de maior circulação e repercussão (VEJA) trouxe reportagens de capa sobre o acontecimento em duas semanas seguidas. Como avaliar a pessoa do Papa, a sua visita e os seus pronunciamentos? Como entender as expressões de fé e devoção encontradas nos olhares das multidões? O texto de Mateus 9.35-38 fala de multidões às quais não faltava religiosidade! Ao lado da curiosidade, havia devoção, ensino dogmático, religião, mas eram ovelhas "que não tinham pastor"! A sinceridade, mesmo presente, não era passaporte para a verdade! E o pastor de que se fala no texto, é um só - Cristo Jesus, fora do qual não há salvação. Quem é o Papa atual?

O cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio foi escolhido Papa (e assumiu o nome de Francisco) em um dia considerado por muitos “cabalístico” (13.03.13). Havia uma expectativa em muitas pessoas e na mídia de que o novo líder da Igreja Católica fosse um Papa “progressista”. Estes se espantaram com a sua posição em relação à união de gays; à questão do homossexualismo, que hoje em dia é propagada como “apenas” uma opção sexual; e sobre o aborto. Ele é contra, ponto final! Alguns católicos se espantaram porque ele não colocou, de início, o envolvimento social como prioridade máxima da Igreja. Em vez disso, contrariou a mensagem que tem soado renitentemente ao longo das quatro últimas décadas, especialmente em terras brasileiras, proclamada pelos politizados “teólogos da libertação”, ou da natimorta “teologia pública”. Ele aparentou priorizar as questões espirituais!

Desde o início do seu “Papado” certas declarações chamaram a atenção, também, dos evangélicos. Por exemplo, ele disse que a missão da Igreja é difundir a mensagem de Jesus Cristo pelo mundo. Na realidade, ele foi mais enfático ainda e afirmou que se esse não for o foco principal, a Instituição da Igreja Católica Romana tende a se transformar em uma “ONG beneficente”, mas sem relevância maior à saúde espiritual das pessoas! Depois, o viés mudou um pouco, especialmente nesta visita ao Brasil. A ênfase passou para uma postura de vida ascética e humilde, demonstrando uma frugalidade que, em uma era de opulência, corrupção, apropriação de valores alheios e desprezo pelos valores reais da vida, também soa saudável e pertinente!

Ei! Disseram alguns evangélicos – essa é a nossa mensagem!!

Bom, não seria a primeira vez na história que um prelado católico reconhece que a Igreja tem estado equivocada em seus caminhos e mensagem. Já houve um monge agostiniano que, estudando a Bíblia, verificou que tinha que retornar às bases das Escrituras e reavivar a missão da igreja na proclamação do evangelho, libertando-a de penduricalhos humanos absorvidos através de séculos de tradição. Estes possuíam apenas características místicas, mas nenhuma contribuição espiritual e de vida que fosse real às pessoas. Assim foi disparado o movimento que ficou conhecido na história como a Reforma do Século 16, com as mensagens, escritos e ações de Martinho Lutero, em 1517. Lutero foi seguido por muitos outros reformadores, que se apegaram à Bíblia como regra de fé e prática.

Será que estamos testemunhando uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica? Se algumas dessas declarações do Papa Francisco forem levadas a sério, por ele próprio e por seus seguidores, vai ser uma revolução. Mas é importante lembrar, entretanto, que proclamar a mensagem de Jesus Cristo é algo bem abrangente e sério. Existem implicações definidas e explícitas nessa frase. E a questão que não quer calar é: será que a Igreja Católica está disposta a se definir com coragem em pelo menos nessas cinco áreas cruciais? Examinemos uma a uma.


sábado, 29 de junho de 2013

Martírio, o Mais Alto Grau do Discipulado

Por Ricardo Rocha

Pode parecer muito radical essa afirmação, mas era exatamente isso que a igreja primitiva professava. Seguir a Cristo era algo muito sério, não podia ser confundido com uma mera ideologia, ou um sistema religioso dominical ou ainda somente um estilo de vida, seguir a Cristo era o que definia toda a vida do indivíduo, eles se chamavam cristãos!

Não só oravam pelos seus inimigos mas os amavam; davam a outra face, andavam uma segunda milha, não injuriavam, mas abençoavam, deixavam para trás casa, bens e família, carregavam dia-a-dia sua cruz e o que o mundo considerava ganho era para eles perda, na verdade o perder era ganhar e isso se aplicava à própria vida deles, tanto que o martírio era uma prova de quem era verdadeiramente cristão, era esperado e entendido como o mais alto grau do discipulado.

A igreja primitiva estava vivendo em uma sociedade sob o governo Romano que tinha inicialmente uma política básica em questões religiosas, a tolerância! O imperador queria paz e ordem no império bem como o dinheiro das taxas que eram coletadas nas províncias e a forma como mantinha a paz era a tolerância religiosa para com as nações que haviam sido conquistadas, desde que a nova religião não fosse uma ameaça ao império. O problema foi que os cristãos era vistos como uma ameaça e começaram a ser perseguidos. Atenágoras (176 d.C.), filósofo grego, resumiu 3 denúncias contra o cristianismo na época:

1. Canibalismo – Os cristãos eram vistos como canibais. Eles se reuniam para a Ceia do Senhor, esse era o momento central na adoração e a linguagem bíblica que usavam era a mesma linguagem que Jesus usou: “este é meu corpo e meu sangue”, e ainda em João 6 Jesus disse que aqueles que não comessem sua carne e não bebessem seu sangue não teriam parte com Ele. Essa linguagem era um escândalo para os romanos que assumiam que os cristãos estavam comendo e bebendo a carne e o sangue de Jesus em cerimônias religiosas, onde sentavam e comiam juntos e faziam com singeleza e alegria nos corações; então os romanos os odiavam por causa dessa abominação.

2. Incesto – Os cristãos era acusados de terem relacionamentos incestuosos. Os cristãos se relacionavam entre si como irmãos e irmãs porque essa era a linguagem de Jesus; os seus seguidores eram quem Ele chamava de mãe, irmãos e irmãs (Mc 3:32-35). Jesus ensinava que a forma de relacionamento era como em uma família e por causa disso os romanos interpretavam erroneamente o relacionamento deles, pensando que os irmãos casavam entre si e praticavam incesto.

3. Ateísmo - Os cristãos eram acusados de serem ateus.  Perseguição não era generalizada no império, mas surgia em alguns pontos. Se o império passasse por pragas, fome, guerras, etc, os romanos associavam os revézes como fruto de algo espiritual. Eles eram extremamente religiosos e acreditavam que coisas ruins aconteciam porque os deuses estavam zangados pois não estavam recebendo adoração e os cristãos eram culpados de não adorarem os deuses do panteão, eram acusados de ateísmo.

Em ocasiões como essa o imperador Décio ordenou que todos fossem ao templo local e sacrificassem aos deuses para apaziguá-los e a sorte ser restaurada no império. Nos templos pagãos havia um soldado romano que coletava o nome da pessoas sendo testemunha que ela ofereceu sacrifício dando ao adorador um recibo chamado “libeli”, um certificado confirmando sua adoração, confirmando seu dever cívico e religioso diante do império romano para que os tempos maus fossem embora. Muitas vezes soldados paravam as pessoas nas ruas e fiscalizavam se elas tinham o recibo, se tinham prestado adoração aos deuses pagãos, caso não tivessem o recido eram forçadas a ir ao templo sacrificar.

Os cristãos proclamavam que existia somente um Deus, eram monoteístas e isso soava como impiedade pura para os romanos, eram considerados ateus, descrentes porque negavam outros deuses, os monoteístas era tão ruins quanto os incrédulos.

O império romano que tolerava as religiões das nações conquistadas começou a ver o cristianismo como uma ameaça, um perigo real ao governo, uma sociedade secreta, canibal, incestuosa e ateísta que não se submetia ao imperador, somente a Jesus e a tolerância religiosa ruiu. A perseguição veio forte!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Carta a um ex-gay tentando voltar atrás

Por Augustus Nicodemus

[A carta é fictícia bem como as personagens aqui mencionadas].

Meu caro Sandro,

Espero que esta o encontre bem, com muita saúde e alegria em todas as coisas. Soube pelo seu pastor que você está pensando em desistir da fé e sair da igreja porque, passados já cinco anos que você recebeu Jesus como seu Senhor e Salvador, você continua a sentir desejos homossexuais e atração por homens. Ele me disse também que sua esposa, a Rita, tem sofrido muito com tudo isto, muito embora você tenha sido bastante honesto com ela e não tenha, em nenhum momento, sido infiel no casamento.

Seu pastor, que foi meu aluno no seminário teológico, me pediu para escrever para você, especialmente pelo fato de que fui eu quem lhe ajudou nos primeiros dias depois da sua experiência de conversão. Espero que esta carta seja usada por Deus para ajudar você neste momento difícil.

Sei que você ficou ainda mais confuso por causa do alarde da imprensa sobre um projeto que os ativistas gays apelidaram de “cura gay”. A verdade dos fatos é que esta designação irônica é a reação deles ao Projeto de Decreto Legislativo 234/11 do deputado João Campos, do PSDB, que suspende dois itens da resolução do Conselho Federal de Psicologia que proibiam psicólogos de atender pacientes que buscassem ajuda para se libertar dos impulsos e desejos homossexuais. O PDC 234 foi aprovado recentemente na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara de Deputados. Os ativistas gays apelidaram o PDC 234 de "cura gay", uma designação irônica e maliciosa, pois o projeto não é sobre isto. Ele apenas restabelece o direito dos pacientes de pedirem ajuda e dos psicólogos de ajudarem e não usa o termo "cura". Se você quiser mais detalhes sobre os fatos, recomendo o artigo de Reinaldo Azevedo sobre o assunto.

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sábado, 22 de junho de 2013

Os Cinco Motivos (Cristãos) #MUDABRASIL

Por Marcelo Berti


O Brasil vive um novo momento. O Gigante Acordou! O povo está insatisfeito com a falta de prioridades no
governo, excessos com gastos, corrupção e especialmente contra a PEC37. Aos poucos aquele movimento que parecia indefinito, a cada dia fica mais específico. E nós cristãos devemos fazer parte desse movimento, por que nós também somos brasileiros, estamos insatisfeitos e precisamos fazer ouvir a nossa voz.

Para aqueles que tem alguma dúvida sobre a participação desse movimento e dos protestos que se tem feito nas grandes cidades do Brasil, aqui vão cinco motivos bíblicos para você refletir. Nós devemos participar das manifestações pacíficas (1) Por amor a Deus, (2) Por amor ao próximo, (3) Por amor a justiça, (4) Por repúdio à omissão e (5) Em submissão e oração.

1. Por Amor a Deus
Os cristãos devem se levantar a favor da manifestação pacíficas por que amamos ao Deus que ama a humanidade. Os cristãos tem a Glória de Deus como principal motivo da sua existência, e o amor irrestrito a Ele como maior mandamento. Nada do que o cristão faz deveria ultrapassar ou violar a Glória de Deus ou macular seu amor a Deus. E o Deus que amamos e servimos se opõe à injustiça.

Nas escrituras dois grupos são apresentados como socialmente desprivilegiados: Os órfãos e as viúvas. E não poucas vezes vemos Deus se apresentar como Aquele que valoriza e protege esse grupo de pessoas: “Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada” (Salmos 68:5); “Deixa os teus órfãos, e eu os guardarei em vida; e as tuas viúvas confiem em mim” (Jeremias 49:11). Não é à toa que a igreja primitiva precisa dedicar-se atentamente a esse grupo de pessoas, afinal, cuidar daqueles em necessidade é parte da religião verdadeira: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1:27).

Não é à toa que os santos do passado convocavam o povo para agir corretamente com aqueles que eram necessitados, especialmente em períodos de problemas políticos: “Fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o desamparado” (Salmos 82:3). O próprio Deus também conclamava Seu povo para atender a causa da justiça: “Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas” (Isaías 1:17).

No nosso país não são apenas os órfãos e as viúvas que precisam do nosso apoio: Moradores de rua, os viciados da cracolândia que não tem outra alternativa senão morrerem à margem da sociedade, aqueles que sofrem sem educação ou aqueles que morrem sem acesso a hospitais em função de desvio de verba pública. Um povo oprimido por um Governo que é famoso pela corrupção precisa ser protegido. E aqueles que se dizem filhos do Deus Justo, que Ama a Justiça precisam representá-lo à altura da sua majestade.

Nós que dizemos amar a Deus devemos, por amor a Ele, representá-lo na luta contra a opressão política. Nós devemos levantar a nossa voz e conclamar os cristãos a que façam o mesmo. Por amor a Deus, o Justo Juiz, devemos participar desse movimento de modo exemplar:
“Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo, executai juízo nas vossas portas, segundo a verdade, em favor da paz, nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu próximo, nem ame o juramento falso, porque a todas estas coisas eu aborreço, diz o SENHOR” (Zacarias 8:16-17).

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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Tendo um coração exercitado na ganância (2Pe 2.14)

Por T. Zambelli
Publicado originalmente em Todah Elohim.

Nenhuma igreja local que eu conheço sobrevive sem a correta doação, por parte daqueles que nela congregam, de recursos para sua manutenção. Pode ter ela a bandeira que for, inclusive, pode até não ser uma igreja, mas outro tipo de construção religiosa como templo, sinagoga, etc.

É bíblico a doação de recursos. A Palavra de Deus ensina o modus operandi e a motivação do correto proceder. No entanto, falsos mestres, pessoas que estão no meio da comunidade de cristãos, são profissionais da ganância e usurpam especialmente de crentes sem solidez na fé bíblica para seus prazeres egoístas.

O apóstolo Pedro, em sua segunda epístola, descreve várias características do falso mestre, que de forma alguma, em suas palavras, deixará Deus o enganador escapar de Sua santa justiça. Uma de suas descrições é exatamente esta: [Os falsos mestres] têm o coração exercitado na ganância (NVI). Outra versão diz: tendo o coração exercitado na avareza (ARA).

A palavra grega traduzida por exercitado (gegymnasmenēn) da origem à palavra portuguesa "ginásio." Tais pessoas "malham" (fazem musculação) na cobiça, treinam, praticam, aguçam suas habilidades gananciosas. Albert Barnes escreveu com sucesso ao dizer que o uso da religião é uma forma fácil de se enganar alguém para obtenção de dinheiro. Ao orientar as pessoas à corrupção e controlar sua consciência, os falsos mestres têm tudo às suas mãos. Sobre a ideia do texto, ele diz:
"A ideia aqui é que essas pessoas fizeram isso o seu estudo e tinham aprendido as maneiras pelas quais os homens poderiam ser induzidos a participar com o seu dinheiro sob pretextos religiosos. Devemos sempre estar atentos quando os declarados professores religiosos proporem algo que tenha muito a ver com dinheiro. Embora devamos estar sempre prontos para ajudar toda boa causa, devemos nos lembrar que os homens sem escrúpulo e indolentes muitas vezes assumem a máscara da religião para que possam praticar suas artes na credulidade dos outros, e que seu verdadeiro objetivo é a obtenção de seus recursos, não para salvar suas almas." (CD-ROM E-Sword. Albert Barnes' notes on the bible.)
Não me surpreende ver tantas pessoas em igrejas lideradas por professos cristãos que possuem tão evidente a característica do profissionalismo em ganância. Eles são convincentes e não necessitam de muito para seduzir pessoas a ofertarem em prol de suas ambições egoístas (ou demoníacas), apesar de disfarçadas (como geralmente são as tentações).

É a falta da principal fonte do conhecimento a respeito de Deus que deixa as pessoas tão vulneráveis. No final do capítulo um da carta de Pedro, ele afirma ser a Escritura a mais importante fonte de se conhecer a Deus, inclusive mais que sua pessoal experiência; no caso citado a transfiguração de Jesus (1.17-18). No início do capítulo dois, falsos mestres ensinavam baseados em outra fonte que não a Escritura. Enquanto a verdadeira fonte é movida pelo Espírito Santo (1.21), a falsa fonte é movida pela avareza (2.1-3).

Concluindo, atente-se à Palavra de Deus. Não seja inocente ou ignorante para negligenciá-la e desaperceber o tipo de liderança de sua própria igreja. Uma parcela da igreja brasileira que eu não sei mensurar com precisão, mas dizer que está muito presente na mídia, é composta por líderes cujas características se assemelham como dos falsos mestres, em destaque à ganância.

Uma última dica, dado pelo próprio Jesus. Note o conteúdo da pregação do falso mestre: "Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’" (Mt 7.22-23.) Além da mensagem ser recheada de mentira, milagres e expulsão de demônios marcam os cultos de tais igrejas.


domingo, 2 de junho de 2013

É a obediência necessária para a salvação?

Por Marcelo Berti

A questão sobre a relação da obediência e a salvação não deve ser menosprezada, pois a relação entre a obediência e a salvação é evidente nas escrituras. Entretanto, a questão que se nos impõe nesse artigo é: A obediência produzir a salvação? Que existe deliberada relação entre obediência e salvação nas escrituras não se pode negar, contudo, devemos nos perguntar: Existe causalidade entre um e outro? É a salvação que promove a obediência, ou a obediência que promove a salvação?

Segundo nos instrui Mateus, o jovem rico teria perguntado ao nosso Senhor: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?” (Mat.19.16). A este Jesus respondeu: “Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos” (v.17). Ao que esse texto parece indicar, nosso Senhor ensina o Jovem Rico que a obediência à Lei é um requisito para a Salvação. Paulo também parece favorecer a esse conceito quando diz: “Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação, a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus” (Rm.15.18). Esse texto parece indicar que a missão de Paulo era de levar os gentios à obediência a Deus, como uma missão de salvação. Será que a obediência é necessário para alguém chegar a salvação?

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Cristo, a escritura e o cristão

Por Marcelo Berti

A escritura é fonte de prazer (Sl.1.2) e o fundamento do sucesso (Js.1.8) para o cristão que nela medita de dia e de noite e aplica em sua vida os princípios apresentados por Deus em suas páginas (veja mais aqui). A escritura é o depósito da verdade divina que transforma a vida daquele que se dedica a conhecer a Deus através de seus escritos. É nela que Deus se dá a conhecer Sua pessoa e vontade por meio de Cristo. No capítulo 17 do evangelho de João nós encontramos a mais expressiva oração de Cristo. Segundo nos instrui o evangelho, Cristo ora por Si mesmo (v.1-5), por Seus discípulos (v.6-19) e por fim por todos nós (v.20-26). E nessa oração encontramos três características de Cristo, como nosso mediador e revelador do Pai que nos impelem a conhecê-Lo ainda mais profundamente. É portanto, fundamental para o cristão que almeja desfrutar de um relacionamento de intimidade com Deus conhecer a verdade divina através de Jesus Cristo.

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