quinta-feira, 13 de junho de 2013

Tendo um coração exercitado na ganância (2Pe 2.14)

Por T. Zambelli
Publicado originalmente em Todah Elohim.

Nenhuma igreja local que eu conheço sobrevive sem a correta doação, por parte daqueles que nela congregam, de recursos para sua manutenção. Pode ter ela a bandeira que for, inclusive, pode até não ser uma igreja, mas outro tipo de construção religiosa como templo, sinagoga, etc.

É bíblico a doação de recursos. A Palavra de Deus ensina o modus operandi e a motivação do correto proceder. No entanto, falsos mestres, pessoas que estão no meio da comunidade de cristãos, são profissionais da ganância e usurpam especialmente de crentes sem solidez na fé bíblica para seus prazeres egoístas.

O apóstolo Pedro, em sua segunda epístola, descreve várias características do falso mestre, que de forma alguma, em suas palavras, deixará Deus o enganador escapar de Sua santa justiça. Uma de suas descrições é exatamente esta: [Os falsos mestres] têm o coração exercitado na ganância (NVI). Outra versão diz: tendo o coração exercitado na avareza (ARA).

A palavra grega traduzida por exercitado (gegymnasmenēn) da origem à palavra portuguesa "ginásio." Tais pessoas "malham" (fazem musculação) na cobiça, treinam, praticam, aguçam suas habilidades gananciosas. Albert Barnes escreveu com sucesso ao dizer que o uso da religião é uma forma fácil de se enganar alguém para obtenção de dinheiro. Ao orientar as pessoas à corrupção e controlar sua consciência, os falsos mestres têm tudo às suas mãos. Sobre a ideia do texto, ele diz:
"A ideia aqui é que essas pessoas fizeram isso o seu estudo e tinham aprendido as maneiras pelas quais os homens poderiam ser induzidos a participar com o seu dinheiro sob pretextos religiosos. Devemos sempre estar atentos quando os declarados professores religiosos proporem algo que tenha muito a ver com dinheiro. Embora devamos estar sempre prontos para ajudar toda boa causa, devemos nos lembrar que os homens sem escrúpulo e indolentes muitas vezes assumem a máscara da religião para que possam praticar suas artes na credulidade dos outros, e que seu verdadeiro objetivo é a obtenção de seus recursos, não para salvar suas almas." (CD-ROM E-Sword. Albert Barnes' notes on the bible.)
Não me surpreende ver tantas pessoas em igrejas lideradas por professos cristãos que possuem tão evidente a característica do profissionalismo em ganância. Eles são convincentes e não necessitam de muito para seduzir pessoas a ofertarem em prol de suas ambições egoístas (ou demoníacas), apesar de disfarçadas (como geralmente são as tentações).

É a falta da principal fonte do conhecimento a respeito de Deus que deixa as pessoas tão vulneráveis. No final do capítulo um da carta de Pedro, ele afirma ser a Escritura a mais importante fonte de se conhecer a Deus, inclusive mais que sua pessoal experiência; no caso citado a transfiguração de Jesus (1.17-18). No início do capítulo dois, falsos mestres ensinavam baseados em outra fonte que não a Escritura. Enquanto a verdadeira fonte é movida pelo Espírito Santo (1.21), a falsa fonte é movida pela avareza (2.1-3).

Concluindo, atente-se à Palavra de Deus. Não seja inocente ou ignorante para negligenciá-la e desaperceber o tipo de liderança de sua própria igreja. Uma parcela da igreja brasileira que eu não sei mensurar com precisão, mas dizer que está muito presente na mídia, é composta por líderes cujas características se assemelham como dos falsos mestres, em destaque à ganância.

Uma última dica, dado pelo próprio Jesus. Note o conteúdo da pregação do falso mestre: "Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’" (Mt 7.22-23.) Além da mensagem ser recheada de mentira, milagres e expulsão de demônios marcam os cultos de tais igrejas.


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