terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Comentário Popular em Apocalipse 4

Por Thiago Zambelli








Apocalipse capítulo 4: O Soberano e Criador Deus está entronizado nos céus

Introdução

Para George Ladd, o capítulo 4 se introduz antes que a guerra entre os reinos seja detalhada. “Não importa quão temíveis ou incontroláveis as forças do mal pareçam ser na terra, elas não podem anular ou esconder o fato de que, por trás do palco, Deus está governando o universo, no seu trono”[1]
A ênfase da passagem está na adoração a Deus por causa do Seu poder e obra criativos. Seres celestes, cuja identidade é muito discutida, tributam louvor a Deus sem cessar; com os quatro seres viventes. 24 anciãos se unem em louvor e adoração celestiais. A cena é de majestade e deslumbramento, e fornece um contraste marcante à sombria realidade do juízo divino.[2]
Do capítulo 4 em diante, “surgirão cenas cujo objetivo é dar aos cristãos perseguidos a certeza de que a Causa de Cristo em nada é uma causa perdida,”[3] sugere Summers. Carlos Osvaldo diz: “Embora João não tenha escrito Apocalipse como uma descrição dos eventos relacionados à igreja no tempo de Dominiciano, havia semelhança suficiente com a situação vigente para que o triunfo final de Cristo oferecesse consolo e encorajamento à igreja perseguida.”[4]

Comentários

1 Depois dessas coisas olhei, e diante de mim estava uma porta aberta no céu. A voz que eu tinha ouvido no princípio, falando comigo como trombeta, disse: "Suba para cá, e lhe mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas".
“João começa um novo trecho de seu escrito onde toda teologia cristã precisa começar: com Deus e a redenção por intermédio do Cristo eterno.”[5]
Depois dessas coisas (μετα ταυτα) é uma referência que está relacionada à visão que João apresentou aos seus leitores no primeiro capítulo do livro. Tal expressão pode significar que ele agora apresentava a segunda parte de sua visão, ou quiçá, uma segunda visão. Ambas possibilidades parecem ser possíveis, mas este autor prefere a primeira. A primeira vez que ele relata sobre uma visão foi sobre sua presença em espírito (1.10) diante de alguém semelhante ao “filho do homem,” expressão essa referente a pessoa de Jesus, que também se declara como o Primeiro e o Último, Aquele que morreu mas agora vive e que possui as chaves da morte e do Hades (1.17,18), todas características do Cristo. As informações às sete igrejas são fruto daquilo que o próprio Cristo disse a João para escrever, (cf. introdução às cartas de Apocalipse - 2.1,8,12,18; 3.1,7,14) e não uma percepção qualquer do autor, que era inspirado por Deus.[6]
A porta aberta estava diante de João. Sua localização era o céu. Outras portas já foram citadas no livro: a porta do Reino (3.8) e a porta do coração (3.20). Agora, a porta da revelação foi aberta, uma oportunidade para que João se tornasse conhecedor daquilo que precisava escrever (1.19). A perspectiva de João era de quem olhava da terra.
A mesma voz que falou com João no primeiro capítulo de Apocalipse agora fala novamente. A passagem não ensina que João reconheceu a primeira voz, mas que a mesma fonte tornou-se a falar com ele. Tal voz era como trombeta (ς  σάλπιγγος), instrumento que, dentre várias possibilidades de uso, era tocado para dar sinais na guerra (CL[7] e AT), celebrar festas (NT) e para coroar reis e dedicar ofertas queimadas e pacíficas (AT). Diante do que Apocalipse revela, uma provável interpretação é a de que João faz uma possível analogia entre o uso do instrumento trombeta, cujo som refletia a voz dAquele que falava e algumas características de Deus, mas ainda assim uma especulação.
Trombeta
Deus
Sinais na guerra
Juízo (perfeito)
Celebrar festas
Adoração (único digno)
Coroar reis
Soberania (total)
Dedicar ofertas queimadas e pacíficas
Expiação (plena)

Suba para cá, foi dito pela voz, referência clara à pessoa de Jesus Cristo, visto que ele é: Aquele que Vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades (Ap 1.18). Tal lugar era o céu, onde estava a porta que ele havia visto. O convite feito pelo orador não ficou somente nas palavras, como se João tivesse que, de alguma forma, achegar-se até lá (veja v.2). O objetivo do convite era mostrar (mostrarei - δείξω) a João o que deve acontecer depois dessas coisas. Em algumas ocasiões do livro, um anjo é necessário para interpretar o que acontece, mas não é isso que ocorre neste episódio em particular.
Mas aquilo que deve acontecer, refere-se ao futuro imediato de João? Ou a subsequente história da igreja? Ou refere-se ao futuro da igreja contemporânea? George Ladd diz que a razão para o apóstolo subir era “para receber mais revelações de acontecimentos futuros.”[8] Uma escolha na abordagem interpretativa deve ser clara para o sentido do livro. Este autor concorda com Albert Barnes[9] em seu comentário sobre este trecho:
A referência é a futuros eventos e o significado é que haverá revelação sobre futuros eventos que ocorrerão em um futuro período. Não há nenhuma insinuação sobre quando eles ocorreriam (...). As palavras adequadamente transmitem que haverá uma revelação de coisas e que ocorrerão em algum tempo no futuro.[10]
Apocalipse capítulo 4 faz parte de um bloco maior, que revela um quadro futurístico. Do ponto de vista deste século, a conclusão é que as profecias deste livro não parecem ter sido cumpridas. Uma interpretação comum, que entenderia esta seção como eventos literais, requer uma compreensão futurística. Tal conceito é baseado, no ainda mais importante argumento, na similaridade da expressão de 1.19 ha mellei genesthai meta tauta (as coisas que vão acontecer depois destas) e ha dei genesthai meta tauta (as coisas que devem acontecer depois de estas coisas). John Wesley diz que apesar das sentenças serem formadas com diferentes palavras, elas estão conectadas.[11]
Para McDowell, esta introdução “declara o resultado da inspiração do Espírito Santo, sugere a natureza extática da experiência donde procedem as visões, e frisa a natureza espiritual daquilo que será revelado.”[12]

2 Imediatamente me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estava um trono no céu e nele estava assentado alguém.
Não há boas razões para se entender a ida de João ao céu como símbolo do arrebatamento da igreja. Mesmo Charles Ryrie, pré-tribulacionista e possivelmente a pessoa mais conhecida da teologia dispensacionalista nos dias de hoje, diz: “As palavras ‘suba para cá’ não ensinam o arrebatamento da igreja.”[13] Sobre este versículo John Wesley escreveu: “aqui os comentaristas se dividem: alguns procedem teologicamente, outros, historicamente, ao passo que a melhor forma é uni-los.”[14]
João narra em terceira pessoa o que estava acontecendo com ele mesmo. O texto sugere uma visão extática, mas que não impedia o escritor de ser quem ele era, num estado de transe em que a pessoa se perde. São várias as mudanças de cenário de onde João escreve através de todo o livro. Em 4.2 ele é levado ao céu, mas em 10.1 ele está na terra, pois vê o anjo descer do céu. Em 11.15 a visão sugere sua presença no céu, mas no capítulo 12 ele está novamente na terra e em 14.18-20 ele parece estar no céu. Seu êxtase é corroborado com a ideia dele se ver tomado pelo espírito. Esta expressão não se refere ao próprio espírito do autor, pois isso seria ininteligível. A palavra espírito (πνεύματι) pode ser uma referência tanto ao Espírito Santo, quanto ao estado mental de João, como alguém num elevado estado de devoção. O texto tampouco ensina que ele estava sendo inspirado pelo Espírito Santo para escrever o que lhe havia sido solicitado, apesar de sabermos que o próprio Deus supervisionou Sua obra.[15] Ryrie descreve a expressão como “um estado de sensibilidade espiritual em conexão com a recepção das visões.”[16] Uma boa forma de se entender a expressão é que o vidente nunca deixou Patmos, ainda assim, toda sua experiência foi tão real quanto se lá ele fisicamente estivesse.
A palavra trono (θρόνον) ocupa um espaço grande no conteúdo de Apocalipse, especialmente quando comparado ao resto do NT. Em Apocalipse ela surge 45 vezes, enquanto no resto do NT somente 15.[17] Para Allan F. Johnson “trono simboliza a majestade e poder de Deus.”[18] O Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento (DITNT) diz que “assentar-se no trono denota a exaltação exclusiva do soberano absoluto, sua total superioridade em comparação com aqueles que lhe são sujeitos.” Em Mt 5.34 Jesus ensina a não jurar pelo céus, porque é o trono de Deus. Também diz: Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes (Mt 25.31,32 – grifo meu.) Salomão compreendia que o céu não podia conter a Deus (1Rs 8.27). Para o autor do verbete trono neste dicionário, o quadro da palavra em Apocalipse se baseia especialmente em Ezequiel e significa a majestade transcendente de Deus. É indubitável, mesmo com base na literatura secular,[19] que trono traz à lume a compreensão de poder, muitas vezes soberano, e que no céu que João visualizava, tinha um trono.
Assentado alguém estava no trono. À priori João não diz quem ele é, mas posteriormente no mesmo capítulo este alguém é descrito como santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir (v.8), e que vive para sempre (v.9).

3 Aquele que estava assentado era de aspecto semelhante a jaspe e sardônio. Um arco-íris, parecendo uma esmeralda, circundava o trono,
Quando o apóstolo caracteriza aquele que estava assentado, ele diz ter o aspecto de jaspe e sardônio. Tais pedras faziam parte das vestes no peitoral do sumo sacerdote (Êx 28) e representavam tribos de Israel. Faziam parte no fundamento da cidade santa (Ap 21). A pedra jaspe enfeitava o rei de Tiro (Ez 28). Sobre elas, Walvoord comenta:
A jaspe e o sardônio são a primeira e última pedra das doze (no peitoral do sumo sacerdote). A jaspe representa Rúbem, a primeira das tribos, visto que ele era o primogênito de Jacó. O sardônio representa Benjamim, o filho mais novo dos doze filhos de Jacó. Em outras palavras, as duas pedras representam o primeiro e o último e possivelmente se relacionam incluindo todas as outras pedras, ou seja, o todo do povo da aliança.[20]
Esta é uma possível interpretação, mas pouco segura. Walvoord continua sua interpretação levando em consideração o significado dos nomes de Rúbem e Jacó, aplicando-os à pessoa de Cristo. Uma arriscada interpretação.[21]
São inúmeras as tentativas de interpretar o texto para que o leitor entenda o que João queria informar seus leitores. Cores e formas das pedras são usadas para dizer coisas que o texto não diz explicitamente e às vezes nem implicitamente. Ray Summers enxerga o arco-íris de cor verde como esperança, a clareza do jaspe como a santidade de Deus e o vermelho sanguíneo do sardônio como justiça. O fundamento de muitos deste tipo de interpretação somente raspam nas Escrituras.[22]
Também havia um arco-íris que circundava o trono, mas que ao invés de apresentar as cores da luz refletida em um prisma, parecia-se mais com uma esmeralda, que apresenta cor na tonalidade verde. Ladd diz que “a palavra traduzida ‘arco-íris’ pode significar tanto um arco parcial, quanto um círculo completo, como uma auréola solar.”[23] Todavia, Ladd possivelmente negligenciou o advérbio que faz referência a ele, a palavra “circundava” (κυκλοθεν), que traz o sentido de algo completo. Para Ryrie, o círculo completo que o arco-íris fazia representava a totalidade da fidelidade de Deus,[24] mas este autor considera prudente não assegurar tão suposição. O símbolo arco-íris nos remete ao tempo do dilúvio, o sinal da aliança misericordiosa de Deus: “Estabeleço uma aliança com vocês: Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra" (Gn 9.11). O autor do verbete “clima, tempo” em DITNT sugere que “devemos entender o arco-íris (...) como símbolo da permanência da aliança de Deus e da Sua vontade se der gracioso para com todos os homens.”[25] Uma boa sugestão, mas não podemos dizer com certeza que é isso que o autor está querendo dizer.
Dentre tantas tentativas de interpretação, Ladd se mostrou sábio ao dizer que “só podemos concluir que o que João viu era tão majestoso, grandioso, e inexprimível que ele teve de expressá-lo por meio de símbolos.”[26]

4 ao redor do qual estavam outros vinte e quatro tronos, e assentados neles havia vinte e quatro anciãos. Eles estavam vestidos de branco e na cabeça tinham coroas de ouro.
O trono onde Deus estava assentado tinha ao redor outros vinte e quatro tronos, que se assentavam vinte e quatro anciãos. Muito foi sugerido para dizer quem eram os anciãos, mas é difícil de precisar. Veja a tabela abaixo,[27] comentários de vários cristãos pensadores:
Comentarista
Comentário
William MacDonald
O fato (dos 24 anciãos) se encontrarem coroados e entronizados sugere que são os santos que foram julgados e recompensados.
Ray Summers
(Eles) simbolizam o povo de Deus já na glória e lembram os doze patriarcas do AT e os doze apóstolos do NT.
Allan F. Johnson
Os anciãos são uma classe de seres espirituais celestiais que pertencem à classe de anjos e a seres viventes.
George Ladd
Não há nenhuma dificuldade em entender os vinte e quatro anciãos como um grupo de anjos que ajudam a executar o domínio divino no universo.
Michael Wilcock
Consideramos que os anciãos e os seres viventes representam o povo de Deus e o mundo criado por Deus.
Charles Ryrie
Parece mais fácil que os anciãos representem seres humanos redimidos, não anjos.
McDowell E. A.
Possivelmente representam os doze patriarcas da velha dispensação e os doze apóstolos da nova. Possivelmente temos aqui um eco da promessa de Jesus aos doze: “também vos assentareis sobre doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.”
Vincent
Os vinte e quatro anciãos são geralmente ditos como os representantes da igreja de Cristo, da antiga e velha aliança, representados pelos doze patriarcas e doze apóstolos.
John Wesley
(Eles) representam todo o corpo dos santos.
The People’s New Testament
A maioria (dos críticos) pensa que (os vinte e quatro anciãos) simbolizam a glorificada igreja de Deus juntada ao redor do trono.
Jamieson, Fausset e Brown
Eles representam os cabeças do AT e NT, os patriarcas e os apóstolos.
Adam Clarke
Os príncipes das vinte e quatro ordens dos sacerdotes judeus.
Comentário católico
Uma corte espiritual ou senado.
Carlos Osvaldo
Se o número vinte e quatro aponta para os cursos do sacerdócio de Israel, eles podem ser uma representação da Igreja, a qual Pedro denomina uma nação de sacerdotes.
John Walvoord
Um corpo representativo de toda a igreja na glória.
Carroll[28]
Eles representam o sacerdócio eterno do povo de Deus.
Dana
Simbolizam o vitorioso destino dos santos martirizados na Ásia Menor.

Este autor sugere que o leitor conheça os pontos de vista de George Ladd e John Walvoord em especial, pois possuem boa argumentação bíblica. O primeiro se baseia nos estudos de Ned. B. Stonehouse (Paul Before the Areopagus), que se dedica a um capítulo todo para dizer que os anciãos eram um tipo de classe angelical. Walvoord, também conhecedor da obra de Stonehouse cita uma simples questão que parece desabar a compreensão dos anciãos serem anjos. Apocalipse 5.11 diz: Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões. Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos. Se os anciãos são anjos, porque foram distinguidos nesta passagem? Possivelmente porque não são anjos. [29]
Apesar de não sabermos exatamente quem os anciãos eram, o texto diz que eles estavam vestidos de branco. Tal cor foi usada no AT como símbolo de pureza (cf. Dn 12.10; Is 1.18). No NT somente alguns da igreja de Sardes seriam dignos de vestir branco e andar com aquele que tem os sete espíritos e as sete estrelas. O vencedor também se vestiria de branco. Estar vestido de branco ratifica os anciãos como especiais, retrato da pureza que eles tinham ou que lhes foi dada (obra de Deus, cf. Sl 51.7).[30]
Os anciãos não somente vestiam-se de branco como na cabeça tinham coroas de ouro. É importante notar que há duas diferentes palavras para coroa. A palavra diadema (διαδημα) refere-se a uma coroa de autoridade governamental. Já a palavra stephanos (στεφανος), de uso neste texto, representa uma coroa de vitória, como aquelas na vitória das competições gregas. Esta palavra é a mesma usada para a recompensa do crente em vários textos neotestamentários: 1Co 9.25; 1Ts 2.19; 2Tm 4.8, Tg 1.12, 1Pe 5.4. É possível que em algum momento que o texto de Apocalipse não revela, os anciões tenham sido coroados como vencedores ou vitoriosos. Esta compreensão somente faz sentido se o intérprete bíblico crê que o desdobramento do livro de Apocalipse é cronológico e os anciões são representantes da Igreja, pois ainda não era chegado o julgamento dos anjos. Aliás, aos anjos nunca foi prometido coroas, tampouco vistos em tronos, mas ser dogmático é ir longe demais.



5 Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante dele estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus.
O texto informa que do trono saíam relâmpagos. A palavra que traduz relâmpagos (αστραπαι) também pode ser traduzida como “raios de luz.”[31] É quase unânime dizer que os três elementos, relâmpagos, vozes e trovões contidos na primeira parte deste versículo, indicam o poder de Deus e “são símbolos de juízo divino.”[32] “Não há dúvida que o trono em questão é de julgamento.”[33] Além dos símbolos indicarem juízo, argumento correto pelo contexto da passagem, eles indicam a majestosa presença de Deus como conhecida no AT (cf. Êx 19.16; Ez 1.3). Com a exceção de que chamaram os filhos de Zebedeu de “filhos do trovão,” todas as outras passagens que a palavra trovão (βροντη) se encontra, há também a presença da palavra voz (φωνη), inclusive em João (12.28-29), quando algumas pessoas confundiram a voz dos céus com um trovão.
Os leitores de João são então informados que diante dele, do trono, estavam acesas sete lâmpadas de fogo.  O próprio escritor revela o significado do que vê: são os sete espíritos de Deus. A melhor interpretação para este texto parece ser uma referência ao Espírito Santo em suas múltiplas operações, sendo o número sete um símbolo da plenitude (ou perfeição) de Deus. Alguns sugerem o que a presença dos sete espíritos significa no quadro que João enxerga, mas este autor acredita que tal especulação é desnecessária ao propósito joanino.

6 E diante do trono havia algo parecido com um mar de vidro, claro como cristal. No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertos de olhos, tanto na frente como atrás. 7 O primeiro ser parecia um leão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como de homem, o quarto parecia uma águia em vôo. 8 Cada um deles tinha seis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas. Dia e noite repetem sem cessar: "Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir".
A caracterização do cenário que João via continuava. Diante do trono ele viu algo parecido com um mar de vidro, descrito sendo claro como cristal. Notoriamente sua preocupação não estava em revelar o que isso significava, mas nos seres que ele viu. Entretanto, muitos intérpretes bíblicos insistem em dar sugestões que vão além da Palavra de Deus. “Todo tipo de interpretação simbólica, algumas mais outras menos fantasiosas já foram dadas,” disse Alford.[34] É possível que João, quando fala dessas coisas, fizesse alusões com passagens do AT, como em Êx 24. 10-11: Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e setenta autoridades de Israel subiram e viram o Deus de Israel, sob cujos pés havia algo semelhante a um pavimento de safira. Contudo, João não fala nada além do que escreveu.[35] “A interpretação mais fácil é que vê o mar de vidro como um elemento pitoresco para incrementar a majestade da presença divina.”[36]
Não obstante, sobre os quatro seres viventes, “encontramos uma notável diversidade de interpretações.”[37]
Esses quatro seres celestes têm sido identificados como símbolos dos atributos de Deus, como representações zoomórficas de Cristo como é retratado nos Evangelhos, ou como anjos, de acordo com representações veterotestamentárias de seres angélicos (cf. Ez. 1.10-11). Visto que eles parecem ser distintos do Cordeiro e dAquele que se assenta no trono, parece que seres angélicos representados de forma zoomórfica é a melhor interpretação.[38]
Este autor concorda com Carlos Osvaldo, pois o que João vê é análogo aos serafins de Is 6.1-3 e aos querubins de Ez 10.14. É possível que as diferentes cabeças representem aspectos diferentes da natureza, mas isso é uma opinião insegura. Nos primeiros séculos se acreditava que os quatro seres viventes representavam os quatro Evangelhos. Irineu (Séc. II) tinha uma ordem para cada evangelista, mas Vitorino (Séc. III) e Jerônimo (Séc. IV) mudaram a ordem. Suas interpretações não têm amparo no texto bíblico. Cobertos de olhos sugere onisciência, um atributo divino.
O texto informa que os seres viventes estavam no centro, ao redor do trono. Literalmente o texto diz “no meio do trono e à volta (ao redor) do trono.” Como entender isso? Ladd diz: “Não está claro se os quatro seres viventes estavam debaixo do trono, segurando-o, como os querubins em Ez 1.22, ou se eles estavam no meio de cada um dos quatro lados.” Sem dúvida algo difícil de se entender. O fato é que eles estavam no centro e ao redor do trono.
Os seres viventes dia e noite, ou seja, durante todo o tempo, falavam (λεγω)[39] sem cessar (αναπαυσιν), continuamente e sem descanso. O autor de um comentário virtual sobre Apocalipse aplica estas palavras ao cansaço que o homem tem quando louva e adora a Deus, mas que os seres celestiais são capazes de adorá-lO incansavelmente.[40] Três são as características sobre quem falavam:[41]
1.       Santo, santo, santo é o Senhor:[42]Santidade. Em hebraico (cf. Is 6.3), a dupla repetição de uma palavra adiciona ênfase, enquanto a rara tripla repetição designa o superlativo e chama à atenção da infinita santidade de Deus.[43] A expressão “santo, santo, santo” (conhecida como trisagion) é de uso litúrgico, praticada tanto no antigo oriente, quanto na adoração cristã.[44] Em Isaías 6.3 ela foi referência a Yahweh.
2.       o Deus todo-poderoso: soberano poder, “literalmente o governador de tudo.”[45] Tal palavra (παντοκρατωρ) também revela que Deus é único (cf. Is 44.8; 45.5,14,18,21,22; 46.9), pois não há nenhum outro como ele; não existe outro Deus. Em grego ela somente aparece em 2Co 6.18 fora de Apocalipse, uma citação de 2Sm 7, que diz ser palavras de Yahweh.
3.       que era, que é e que há de vir: eternidade e imutabilidade. Parece ser um paralelo ao texto de Êx 3.4, onde Deus se apresenta como Yahweh. A imutabilidade divina também é relatada em Ml 3.6, sendo Yahweh aquele que não muda.
É possível que o leitor de Apocalipse, conhecedor de que Yahweh não é necessariamente Deus Pai no AT, precocemente declare Jesus Cristo como Aquele que está assentado no trono, vide que ele é igualmente retratado pelo autor de Hebreus como imutável: Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre (Hb 13.8). Sobre esta questão, Apocalipse capítulo 5 tem mais a dizer.

9 Toda vez que os seres viventes dão glória, honra e graças àquele que está assentado no trono e que vive para todo o sempre,
Então João informa que existe uma ordem na adoração daquele que está assentado no trono e vive para sempre (pelos séculos dos séculos).  Quando os seres viventes dão:
1.       Glória (δοξαν): O sentido básico de doxa fora das Escrituras é de “opinião,” “conjectura.” Porém, na Bíblia, tal significado foi totalmente transformado. No AT (LXX) os significados de “louvor” e “honra” são compartilhados com o grego secular, entretanto, doxa nunca é empregado para dar glória ao homem (time é usado). Da mesma forma, não se encontra o significado do grego secular no grego bíblico, mas a mesma ideia veterotestamentária de honra trazida ou dada a Deus. Para os gregos, a fama e a glória estavam entre os valores mais importantes da vida. Tal palavra é sinônima de time (vide abaixo.)[46]
2.       Honra (τιμην): “no pensamento grego, time é o reconhecimento apropriado que um homem desfruta na comunidade por causa de seu ofício, posição, riquezas, etc. A time de uma pessoa, estado ou divindade deve ser distinguida da de outra pessoa; É uma posse pessoal. Os escravos não tinham time alguma.”[47]
3.       Graças (ευχαριστιαν): Das várias aparições desta palavra no NT, somente três usos não são para Deus. Ela expressa gratidão, como em outros trechos em Apocalipse (7.12; 11.17).

10 os vinte e quatro anciãos se prostram diante daquele que está assentado no trono e adoram aquele que vive para todo o sempre. Eles lançam as suas coroas diante do trono, e dizem:
Os vinte e quatro anciãos não somente se curvam perante aquele que está assentado no trono, mas se prostram (πεσουνται), literalmente, caem. Isso parece acontecer com uma dada frequência, sempre que seres viventes dão glória, honra e graças Àquele do trono. Quando se prostram, eles também adoram (προσκυνουσιν). No NT este verbo se acha 59 vezes, sendo que 24 vezes em Apocalipse. Tal ação é feita exclusivamente a Deus (ou Jesus Cristo).[48] Segundo o dicionário de Strong isso significa prestar homenagem ou reverência, seja para expressar respeito (ou para suplicar por algo).
Aquele que vive para todo sempre é ninguém menos que Deus. Note que o capítulo 4 de Apocalipse não revela a pessoa de Deus que se assenta no trono.
As coroas de vitória são lançadas perante o trono. “Ao lançar suas coroas diante do trono, eles testificam que se não fosse pela graça, salvação e benevolência de Deus, eles não poderiam ter tido vitória sobre o pecado e a morte.”[49] Apesar de não podermos garantir os motivos pelos quais os anciãos jogavam suas coroas, é notório que eles reconheciam que aquela coroa de vitória (stephanos) era devida Àquele do trono.
A imagem dos anciãos lançando suas coroas parece estranha, visto que eles deviam fazer isso com uma dada frequência, segundo sugere o texto.  A versão revista e atualizada diz que os vinte e quatro anciãos “depositarão” as coroas, o que parece ser mais brando do que realmente o verbo grego (βαλλω, ballo) indica.[50] A Nova Versão Linguagem de Hoje diz “Atiravam suas coroas.” Racionalizando a frequente cena, enxergamos os vinte e quatro anciãos jogando suas coroas e depois pegando-as novamente para, num certo tempo, voltar a lançá-las ao eterno Deus. Parece que era justamente isso que acontecia.
Mais uma vez, o texto nos mostra que eles dizem e não cantam, apesar das passagens serem vistas como hinos. “A estrutura que vemos nas versões modernas certamente não existia no grego e não há rima ou métrica evidentes.”[51]



11 "Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas".
Sobre esta passagem Ladd traz à tona a dificuldade que o texto do v.11 apresenta: “porque dá a ideia de que todas as coisas existiram antes de serem criadas.” Ele responde com três sugestões:[52]
1.       Pode estar se referindo a duas coisas diferentes, independentes da sequência: a existência de todas as coisas opostas à inexistência, ou seja, primeiro a simples constatação da sua existência e depois o fato de que elas foram criadas.
2.       Outra maneira de resolver o problema é interpretar “vieram a existir”[53] como “elas existiam na mente e na vontade de Deus, e por isso foram por fim criadas.”
3.       Ainda outra solução é interpretar o conectivo como o que chamamos de aposto, ou seja, um conectivo de dois predicativos. “Por causa da tua vontade vieram a existir, sim foram criadas.”[54]
Ladd conclui que em qualquer caso, o cântico afirma que por trás de toda a criação está a vontade ativa e soberana do Criador.[55]
Sobre esta dificuldade, Johnson também comenta: “a dificuldade está na presença do texto grego apresentar dois diferentes tempos (...). Alford diz: o imperfeito descreve o fato de suas existências, enquanto o aoristo captura o sentido do início de suas existências.”[56]
Deus é exaltado por sua volição como Criador e mantenedor da criação:
1.       porque criaste todas as coisas: Não há nada que não tenha sido criado por Deus. “Aqui está a fundação da adoração. Ninguém pode contemplar este universo vasto e maravilhoso sem ver que Ele é quem fez e é merecedor de receber glória, honra e poder.”[57] Ao invés de usar graças (gratidão) como no v.9,[58] os vinte e quatro anciãos dizem poder (δυναμιν), que significa “poder inerente, poder que reside numa coisa pela virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa mostra e desenvolve.”[59] Mais uma oportunidade para o intérprete reconhecer equivocadamente (ou apressadamente) a Pessoa do trono. Gn 1 ensina que Deus (Elohim) foi o criador: No princípio Deus criou os céus e a terra. Gn 2.4 diz que o Senhor (Yahweh) Deus (Elohim) foi o criador: Esta é a história das origens dos céus e da terra, no tempo em que foram criados: Quando o SENHOR Deus fez a terra e os céus. No NT Jesus Cristo é dado como o criador: todas as coisas foram criadas por ele e para ele (Cl 1.16). Aguardar o capítulo 5 é prudente para identificar a pessoa que está no trono.
2.       e por tua vontade elas existem e foram criadas: a criação é devida à vontade do Criador. Sua vontade é a causa da criação, em outras palavras, o agente dela. Foi pela escolha de Deus que tudo o que existe, realmente existisse. Por isso a Deus os vinte e quatro ancião também o exaltavam. Mais uma vez Jesus Cristo pode ser relembrado pelo autor, pois nele tudo subsiste (Cl 1.17).[60]
Note que o digno de receber (λαβειν) a devida adoração é o Senhor (κυριος), Deus (θεος) dos vinte e quatro anciãos. Não há outro criador e não há outro que, por mais que queira, é capaz de criar e sustentar a criação.
Assim, uma ordem ao culto dAquele que se assenta no trono e vive para sempre é mostrada: primeiramente os seres viventes dizem: Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir. Logo, João diz que todas as vezes que eles dão glória, honra e graças àquele que está assentado no trono e que vive para todo o sempre, é chegada a vez dos vinte quatro anciãos, que se prostram e lançam suas coroas diante do trono, além de dizer as palavras do v.11.



[1] LADD, George. Apocalipse, introdução e comentário. Série cultura bíblica, Mundo Cristão. 2ª edição, 1982. P.54.
[2] PINTO, Carlos Osvaldo. Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento. Ed. Hagnos, 2008. P.607.
[3] SUMMERS, Ray. A mensagem do Apocalipse – digno é o cordeiro. Casa publicadora batista, Rio de Janeiro-RJ, 3ª edição, 1978. P.127.
[4] PINTO, Carlos Osvaldo. Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento. Hagnos, 2002. P.606.
[5] MCDOWELL, E. A. A soberania de Deus na história e a mensagem e significado de Apocalipse. JUERP, 2ª Ed., 1976. P.68.
[6] Note o estilo bibliológico aplicado às palavras das cartas de apocalipse. As palavras eram transcrições do que Jesus falava ao apóstolo.
[7] Sigla para uso extrabíblico, também dito secular.
[8] LADD, George. Apocalipse, introdução e comentário. Série cultura bíblica, Mundo Cristão. 2ª edição, 1982. P.55.
[9] Barnes aborda Apocalipse como um historicista.
[10] Albert Barnes’ notes on the Bible. Do Software E-Sword.
[11] John Wesley Explanatory Notes. Do Software E-Sword
[12] McDowell, E. A. A soberania de Deus na história e a mensagem e significado de Apocalipse. JUERP, 2ª Ed., 1976. P.68.
[13] RYRIE, Charles. Apocalipsis. Ed. Moody. P.33.
[14] John Wesley Explanatory Notes. Do Software E-Sword.
[15] O foco desta discussão está em dizer que Jesus Cristo pediu para que João transcrevesse Suas palavras. O Espírito Santo indubitavelmente zelou para que João fizesse isso de forma correta.
[16] RYRIE, Charles. Apocalipsis. Ed. Moody. P.34.
[17] Segundo o comentário de Charles Ryrie. Todavia, o Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento diz que a palavra aparece 41 vezes em Apocalipse, enquanto no NT 14 vezes.
[18] GAEBELEIN, Frank G. The Expositor’s Bible Commentary. Ed. Zondervan, 1981. P.462.
[19] Suetônio empregou a palavra pela primeira vez como o assento de um deis (cf. Octavius Augustus Caesae 70)
[20] WALVOORD, John. The Church in Heaven. Capítulo 4 de seu comentário sobre Apocalipse. Retirado da internet em www.bible.org.
[21] Não podemos negligenciar que mesmo João, o autor de Apocalipse e de quem era a visão, relatou com complexidade aquilo que viu, possivelmente em função da dificuldade que era interpretar ou descrever os fatos. Assim, propor interpretações se torna ainda mais difícil para alguém que não fosse o próprio apóstolo. Isso também não significa que não devamos tentar, mas com a cautela de não usar expressões máximas quando na possibilidade da incerteza.
[22] SUMMERS, Ray. A mensagem do Apocalipse – digno é o cordeiro. Casa publicadora batista, Rio de Janeiro-RJ, 3ª edição, 1978. P.128.
[23] LADD, George. Apocalipse, introdução e comentário. Série cultura bíblica, Mundo Cristão. 2ª edição, 1982. P.56.
[24] RYRIE, Charles. Apocalipsis. Ed. Moody. P.34.
[25] DITNT, vol. I, p.365.
[26] LADD, George. Apocalipse, introdução e comentário. Série cultura bíblica, Mundo Cristão. 2ª edição, 1982. P.56.
[27] Muitos dos livros utilizados para as sentenças acima são foram traduzidas do Software E-Sword.
[28] Dois nomes citados por Ray Summer, Carroll e Dana, em A Mensagem do Apocalipse, Digno é o Cordeiro, p.129.
[29] Parece-me que Walvoord desconsiderou que Stonehouse, segundo Ladd, escreveu que os anciãos não eram simples anjos, mas uma classe, um tipo de anjo. Dessa forma se justifica os anjos e anciãos estarem distinguidos em Ap 5.11 para Ladd (possivelmente).
[30] Corroborando ao ponto de vista de Walvoord, que os anciãos eram a igreja representada, Ryrie diz que as roupas brancas no resto de Apocalipse são trajes dos santos e não de anjos. Apocalipsis, p.36. Por outro lado, relaciona-se a seres celestiais no resto do NT (cf. Jo 20.12).
[31] DITNT, em “clima, tempo.”
[32] ERDMAN, Charles R. Apocalipse. Casa editora presbiteriana. P.54.
[33] MacDonald, William. Comentário Bíblico Popular, versículo por versículo – Novo Testamento. Mundo Cristão, 2008. P.1002.
[34] WALVOORD, John. The Church in Heaven. Capítulo 4 de seu comentário sobre Apocalipse. Citado no texto. Retirado da internet em www.bible.org
[35] Algumas interpretações (fantasiosas?): (1) Símbolo da distância que separa Deus do mundo mau; (2) Símbolo da visão onisciente de Deus; (3) O mar faz parte do velho sistema caído e representa a barreira pela qual os redimidos têm de passar.
[36] LADD, George. Apocalipse, introdução e comentário. Série cultura bíblica, Mundo Cristão. 2ª edição, 1982. P.59.
[37] WALVOORD, John. The Church in Heaven. Capítulo 4 de seu comentário sobre Apocalipse. Citado no texto como de Alford. Retirado da internet em www.bible.org
[38] PINTO, Carlos Osvaldo. Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento. Note de rodapé. P.607
[39] A palavra grega lego, falar, está no texto original.
[41] O texto não diz que cantavam, mas que falavam, ou diziam, ou proclamavam, ou gritavam, ou mencionavam. Todas possíveis traduções de lego (λεγω).
[42] A versão Revista e Atualizada deixa a palavra Senhor junto de Deus, e Todo-Poderoso sozinho, mas articulado: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso. Para a finalidade que temos neste trabalho, isso não traz mudanças.
[43] GAEBELEIN, Frank G. The Expositor’s Bible Commentary. Ed. Zondervan, 1981. P.463.
[44] Idem.
[45] RYRIE, Charles. Apocalipsis. Ed. Moody. P.37.
[46] DITNT, verbete “glória.”
[47] Idem.
[48] Idem.
[49] WALVOORD, John. The Church in Heaven. Capítulo 4 de seu comentário sobre Apocalipse. Retirado da internet em www.bible.org
[50] Lançar ou jogar uma coisa sem cuidar onde ela cai (Strong).
[51] Retirado de uma conversa virtual com Carlos Osvaldo Pinto, do dia 13/01/2011.
[52] A ideia de Ladd será melhor compreendida pelo leitor da ARA (Revista e Atualizada): tu és digno, senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
[53] Revista e Atualizada (ARA).
[54] LADD, George. Apocalipse, introdução e comentário. Série cultura bíblica, Mundo Cristão. 2ª edição, 1982. P.60.
[55] Este autor ainda não compreende o porquê de tantos comentaristas considerarem estes trechos como canções.
[56] , Frank G. The Expositor’s Bible Commentary. Ed. Zondervan, 1981. P.464.
[57] Albert Barnes’ Notes on the Bible. Do Software E-Sword.
[58] Para saber mais sobre glória e honra, veja o comentário sobre o v.9.
[59] Dicionário Strong.
[60] O autor de um comentário virtual (na internet) escreveu: “este é nada menos que Deus, o Pai. O Capítulo 5 focará no Cordeiro, que é nada menos que Deus, o Filho.” www.revelationcommentary.org/04_chapter.html

Um comentário:

  1. Queridos, a graça e a paz do Senhor Jesus! A ele toda honra e toda a glória!
    Em pesquisa feita esta semana, encontrei na web o artigo de vocês: Uma Interpretação do Apocalipse.
    Há meses, na verdade anos que venho procurando o livro citado do Ray Summers: Digno é o Cordeiro.
    Gostaria de se possível, me orientasse onde poderia encontrá-lo em português.
    Sou cristão desde a minha adolescência e há tempos busco da palavra do Senhor e compartilho de algumas
    experiências espirituais do referido livro. Por favor, me orientem a encontrá-lo em formato digital ou mesmo
    impresso. kleberabrn@hotmail.com

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