terça-feira, 8 de maio de 2012

Testemunhas de Jeová e o fim do mundo que não aconteceu em 1975

Por Marcelo Berti
Título original: 1975: quando o fim não veio
“É verdade que houve aqueles que em tempo passados anunciaram o fim do mundo, até mesmo anunciando uma data específica. Alguns ajuntaram grupos de pessoas a eles e fugiram para as colinas ou se retiraram para suas casas, aguardando o fim. Todavia, nada aconteceu. O fim não veio. Eram culpados per profetizar falsamente. Por que? O que estava faltando? Faltava a plena medida de evidência exigida em cumprimento da profecia bíblica. O que tais pessoas não tinham eram as verdades de Deus e a evidência de que Ele as guiava e usava” – Despertai de 22 de Abril de 1969, pp23


Não é novidade para ninguém que as testemunhas de Jeová são um grupo religioso no mínimo interessante. Não apenas pelo irritante hábito de bater na sua porta para falar sobre o que você não quer escutar ou para oferecer uma literatura que você não quer ler, mas principalmente pelo fato se se considerarem a única religião verdadeira.

Não precisa ser um “perito” (palavra que gostam de usar em suas publicações) para identificar esse fato, observe:
“Nunca se esqueça de que apenas a organização de Deus é que sobreviverá ao fim deste sistema moribundo. Portanto, aja sabiamente e faça planos para a vida eterna por construir seu futuro em harmonia com a organização de Jeová.” – A Sentinela, 15 de fevereiro de 1985, pp. 31.

“Apenas as Testemunhas de Jeová, os do restante ungido e os da Grande Multidão, qual organização unida sob a proteção do Organizador Supremo, têm esperança bíblica de sobreviver ao iminente fim deste sistema condenado, dominado por Satanás, o diabo.” – A Sentinela de 1 de Novembro de 1989, pp. 19.

Entretanto, acredito que uma religião que se promova como a única verdadeira deveria apresentar alguma diligência nas declarações públicas que fazem, especialmente naquelas que visivelmente falsas. É por isso que nesse artigo vamos julgar se as publicações da Sociedade Torre da Vigia fazem jus às duas medidas de comparação que oferecemos nesse post, a saber (1) a validade de suas profecias e a (2) afirmação de que são a única religião verdadeira.

A intenção é verificar se a STV pode ser culpada de profetizar falsamente o fim do mundo de acordo com o padrão que ela mesma estabelece e se uma religião que profetiza falsamente pode ser chamada de única verdadeira.

Nossa metodologia nesse post é simples:

(1) Vamos verificar se a Sociedade Torre da Vigia, o Corpo Governante ou até mesmo as testemunhas de Jeová podem ser chamadas de profetas, pois caso não possam, não se pode chama-los de falsos profetas.

(2) Vamos verificar se fizeram profecias/afirmações sobre o fim em 1975 e se o fizeram dogmaticamente ou apenas citaram uma possibilidade, afinal ninguém pode ser chamado de falso profeta por dizer algo não verdadeiro, mas que não seja uma profecia, mesmo que o tal se considere profeta.

(3) Também verificaremos se existe ou houve alguma percepção de equívoco da STV e se alguma alteração fora necessária para justificar tal erro de julgamento.

Tendo feito isso, daremos nosso parecer sobre a possibilidade das testemunhas de Jeová serem a única religião verdadeira.

Nosso processo para fazer isso também é simples: Evitar ao máximo de fazer comentários e demonstrar tanto quanto possível o que a própria STV disse sobre o assunto. Infelizmente a STV não publica abertamente suas opiniões e não permite que não jeovistas tenham acesso às suas publicações, o que dificulta o acesso a informações. É por isso que nossa análise não pode ser exaustiva.

1. A Sociedade Torre da Vigia se considera um profeta?

Para responder a essa pergunta, vamos citar algumas das próprias publicações de tal instituição:


“Portanto, tem Deus algum profeta para ajudá-las, para adverti-las dos perigos e para declarar-lhes coisas futuras? A estas perguntas pode-se responder na afirmativa. Quem é este profeta? (…) Jeová não deixou o povo da cristandade, guiado pelos clérigos, sem um aviso no sentido de que a Liga era um substituto fraudulento do verdadeiro reino de Deus. Ele tinha um “profeta” para dar a advertência. Este “profeta” não era um só homem, mas um grupo de homens e mulheres. Era o grupo pequeno dos seguidores das pisadas de Jesus Cristo, conhecidos naquele tempo como Estudantes Internacionais da Bíblia. Hoje são conhecidos como testemunhas cristãs de Jeová” (Sentinela, Outubro de 1972, pp.581).

Observe que em 1972 as supostas testemunhas cristãs de Jeová se consideravam como um profeta para dar advertência, mesmo que nos nossos dias evitem ao máximo qualquer expressão de sentido parecido. É possível que tenham mudado de opinião no decorrer do tempo, mas é certo que antes de 1975 a STV defendia ser um profeta de Jeová. Mas, será esse profeta considera que fala em nome de Jeová? Vamos observar mais algumas citações:
“Assim como as profecias bíblicas apontavam para o Messias, elas também nos encaminham ao unido corpo de cristãos ungidos das Testemunhas de Jeová, que serve atualmente qual escravo fiel e discreto. Todos os que desejam entender a Bíblia devem reconhecer que a ‘grandemente diversificada sabedoria de Deus’ só pode ser conhecida através de seu canal de comunicação de Jeová, o escravo fiel e discreto. – João 6:68″ – A Sentinela de 01 de Outubro de 1994, pp. 8

Nessa afirmação percebemos que é o parecer formal da instituição que as testemunhas de Jeová sevem como canal de comunicação de Jeová, ou seja, se alguém tem a intenção de saber o que Jeová tem a dizer sobre a verdade, as únicas pessoas no planeta que terão condições de lhe dizer são as tais testemunhas. E eles realmente acreditam nisso, isso não é uma afirmação recente, na verdade, é bem antiga, observe:
“Assim como Jeová revelou suas verdades, por meio da congregação cristã do 1o. século, assim também ele o faz atualmente, por meio da atual congregação cristã. Por meio desta agência, faz com que se cumpra o profetizar em escala intensificada e sem paralelo. Toda esta atividade não é feita por acaso. Jeová é quem está por trás de toda ela.” – A Sentinela de 15 de Dezembro de 1964, pp. 749

“Lá no ano de 613 AEC, Jeová… designou Ezequiel… para ser seu profeta…O mesmo se deu com as testemunhas ungidas e dedicadas de Jeová…” – As Nações Terão de Saber que Eu Sou Jeová, 1971, pp. 63 p

“…Quem é este profeta?… Este ‘profeta’ não era um só homem, mas um grupo de homens e mulheres. Era o grupo pequeno dos seguidores das pisadas de Jesus Cristo, conhecidos naquele tempo como Estudantes Internacionais da Bíblia. Hoje são conhecidos como testemunhas cristãs de Jeová.” – A Sentinela de 1de Outubro de 1972, pp. 581

“…Ocupam uma posição similar a de Paulo e seus colaboradores, quando esse apóstolo falou sobre as maravilhosas verdades que Deus revela ao seu povo: ‘É a nós que Deus tem revelado por intermédio de seu espírito’.” – A Sentinela de 1 de Dezembro de 1982, pp. 13

“…o ‘profeta’ suscitado por Jeová não tem sido um único homem,… mas uma classe. Os membros desta classe, iguais ao profeta-sacerdote Jeremias, estão plenamente dedicados a Jeová Deus… Nesta data avançada, existe apenas um restante desta classe do ‘profeta’ ainda na terra.” – A Sentinela de 1 de Maio de 1983, pág. 27

Segundo a elevadíssima posição auto-atribuída pela STV, os testemunhas de Jeová estão em pé de igualdade com Paulo e seus colaboradores e ao Profeta-sacerdote Jeremias. Evidentemente, a organização das testemunhas de Jeová se considera profeta, seja em publicações mais recentes ou mais antigas. Mas, o mais importante é que isso nos ajuda a compreender que antes de 1975 a STV já tinha a visão de que era profeta e que era o canal de comunicação de Jeová. Eles defendiam que falavam profeticamente em nome de Jeová.

A visão de profetas de Deus é tão elevada que mesmo que alguém queira ler as palavras inspiradas por Deus não terá sucesso na vida, pois ela só poderá ser entendida por meio do canal exclusivo que Jeová separou. Isso nada se parece com o que lemos na Bíblia, mas se eles são profetas, devem ser ouvidos:
“… Se tivermos amor a Jeová, e à organização de seu povo, não teremos suspeitas, mas, como diz a Bíblia, ‘creremos em todas as coisas’, todas as coisas que A Sentinela esclarece, uma vez que tem sido fiel em nos dar conhecimento dos propósitos de Deus e em nos guiar no caminho da paz, da segurança e da verdade, desde seu início até o dia atual.” — Livro Qualificados Para Ser Ministros, página 144, (publicado em 1959).

Essa conclusão é tão persuasiva que os seguidores de Jeová nem se quer podem manifestar suas opiniões pessoais, pois se o fizerem estão desrespeitando o servo fiel, o profeta de Deus:
“Qualquer um que promove suas ideias pessoais e põe o conselho do ‘escravo fiel’ de Cristo em luz desfavorável, não está se apegando ao cabeça.” — A Sentinela de 15 de julho de 1985, pp. 14

Evidentemente, pior que isso seria criticar a opinião que defende, o que também parece um ato de estultícia, afinal não se critica os servos, profetas de Jeová à estatura de Paulo e Jeremias:
“Se objetarmos a algo feito pelo corpo de anciãos ou criticarmos o modo como certo assunto é tratado, somos desleais à organização de Jeová.” — A Sentinela de 1º de janeiro de 1975, pp. 29.

“Se o reconhecermos [a Jeová] plenamente como Grandioso Instrutor, não poremos em dúvida nem criticaremos os métodos de instrução que a classe do “escravo fiel e discreto” de Jeová usa atualmente. — A Sentinela de 1º de janeiro de 1986, pp. 30.

Isso é também evidente pela quantidade de vezes que recomendam seus fiéis a ouvirem o que a STV tem a dizer, pois é a única organização que compreende as coisas profundas de Deus:

“… só a organização de Jeová, em toda a terra, é dirigida pelo espírito santo…Ela é a única para qual a Palavra Sagrada de Deus, a Bíblia, não é um livro lacrado… a única organização na terra que compreende as ‘coisas profundas de Deus’!” – A Sentinela de 1 de Janeiro de 1974, pp. 18

Observe que esse apelo é feito um ano antes do suposto fim do mundo: Não podemos perder isso de vista, pois a questão que nos interessa é saber se a STV profetizou sobre o fim do tempo como quem tem autoridade de Jeová para fazê-lo. Note também que algumas das afirmações acima também são anteriores ao período apresentado, o que reforça a ideia de que a STV chamou para si a responsabilidade de falar em nome de Jeová sobre o fim dos tempos, afinal, se a única organização que compreende as coisas profundas de Deus afirma que o mundo iria acabar em 1975, isso certamente foi recebido por seus fiéis como verdade profética de Jeová.

Sendo assim, é possível perceber claramente que a STV se considera como um profeta à estatura de Jeremias que fala com a mesma autoridade de Paulo e que não ouvi-la é passível de estagnar na vida, mesmo que leia a Bíblia. Manifestar opiniões pessoais é o mesmo que desacreditar o ensino do escravo fiel, o profeta de Jeová, e deixar de se apegar a Cristo. Nesse sentido, não há distinção entre a palavra da organização e de Jeová, aliás, nas afirmações que faz dão a entender que as palavras do profeta de Jeová é superior que as palavras de Jeová, afinal sem elas ninguém crescerá. Portanto, concluímos que a STV se considera como profeta, fala e age como tal e seus fiéis assim a reconhecem.

2. A Sociedade já Torre da Vigia profetizou algo sobre o fim dos tempos?

A verdade é que a STV afirmou diversas coisas sobre o fim dos tempos. Em um livro publicado pela STV conhecido como os Milhões que agora vivem jamais morrerão, a STV afirmou categoricamente que em 1925 haveria uma ressurreição dos fiéis do passado, observe:
“A cousa principal a ser restituída é vida á raça humana; desde que outras escrituras definitivamente estabelecem o fato, de que Abraão, Isaque e Jacó ressuscitarão e outros fieis antigos, e que estes seriam os primeiros favorecidos, podemos esperar em 1925 a volta desses homens fieis de Israel, ressurgindo da morte e completamente restituídos a perfeição humana, os quais serão visíveis e reais representantes da nova ordem das cousas na terra” – Milhões que agora vivem jamais morrerão, pp.110-111.

“Baseado nos argumentos até aqui apresentados, isto é, que a ordem velha das cousas, o velho mundo está se findando e desaparecendo, e que a nova ordem ou organização está se iniciando, e que 1925 será a data marcada para ressurreição dos anciões dignos e fieis, e o principio da reconstrução, chega-se á conclusão razoavel de que milhões do que vivem agora na terra, ainda estarão vivos no ano de 1925. Então, baseados nas promessas encontradas nas palavras Divinas, chegamos á positiva e indiscutível conclusão de que, milhões que agora vivem jamais morrerão” – Milhões que agora vivem jamais morrerão, pp.122

Segundo essas duas afirmações extraídas das publicações da STV, percebemos que ela defendia que Abraão, Isaque e Jacó e outros fiéis seriam ressurretos física e visivelmente e seriam responsáveis pela nova ordem das coisas na terra, sem contar que na mesma data (1925) se iniciaria o princípio da reconstrução de modo que milhares daqueles que viviam naquele período não morreriam. Essa era a positiva e indiscutível posição da STV. Entretanto, passou-se tempo e milhares daqueles morreram e não viram nem a Isaque nem a Abraão, quanto menos os demais fiéis do passado.

Diante de afirmações como essas, pode-se dizer genuinamente que não foram profecias? Certamente que não, até por que não são declarações bíblicas, nem mesmo entendimentos equivocados das profecias bíblicas. São profecias proferidas pela instituição autointitulada profeta de Jeová, que não vieram a se cumprir. Em outras palavras, são profecias falsas. O simples fato de alguém se colocar ao lado de Jeremias e Paulo como instrumento de comunicação exclusiva de Jeová já é um ato ofensivo e perverso e tal perversão torna-se ofensiva quando fala em nome de Jeová quando Ele mesmo não falou.

Mas, essa não foi a única vez, nem havia sido a primeira. Entretanto, nesse artigo gostaria de focar nas profecias a respeito de 1975, na qual a mesma instituição afirma categoricamente que o fim do sistema de coisas viria a findar, observe:
 “Desde o tempo de Ussher, fizeram-se estudos intensivos da cronologia bíblica. Neste século vinte, realizou-se um estudo independente que não acompanha cegamente certos cálculos cronológicos tradicionais da cristandade, e a tabela de tempo publicada, resultante deste estudo independente, fornece a data da criação do homem como sendo 4026 A.E.C.* Segundo esta cronologia bíblica fidedigna, os seis mil anos desde a criação do homem terminarão em 1975 e o sétimo período de mil anos da história humana começará no outono (segundo o hemisfério setentrional) do ano 1975 E.C.” (Vida Eterna na Liberdade dos Filhos de Deus, 1966, pp.27)

“Assim, seis mil anos da existência do homem na terra acabarão em breve, sim, dentro desta geração. Jeová Deus não tem limite de tempo, conforme está escrito no Salmo 90:1, 2: “ó Jeová, tu mesmo mostraste ser uma verdadeira habitação para nós durante geração após geração. Antes de nascerem os próprios montes ou de teres passado a produzir como que com dores de parto a terra e o solo produtivo, sim, de tempo indefinido a tempo indefinido, tu és Deus.” Portanto, do ponto de vista de Jeová Deus, a passagem destes seis mil anos da existência humana são apenas como que seis dias de vinte e quatro horas, pois este mesmo salmo (versículos 3 e 4) prossegue, dizendo: “Fazes o homem mortal voltar à matéria quebrantada e dizes: ‘Retornai, filhos dos homens.’ Pois mil anos aos teus olhos são apenas como o ontem que passou e como uma vigília durante a noite.” Assim, dentro de poucos anos em nossa própria geração atingiremos o que Jeová Deus poderia considerar como o sétimo dia da existência do homem” (Vida Eterna na Liberdade dos Filhos de Deus, 1966, pp.29)

“Será que o dia de descanso de Deus eqüivale ao tempo em que o Homem tem estado na terra desde a sua criação? Aparentemente, sim. Das mais fiáveis investigações em cronologia Bíblica harmonizadas com muitas datas aceites da história secular, descobrimos que Adão foi criado no outono do ano 4026 A.E.C. Algures nesse mesmo ano Eva podia muito bem ter sido criada, começando o dia de descanso de Deus imediatamente a seguir. Em que ano terminariam, então, os primeiros 6.000 anos da existência do homem e também os primeiros 6.000 anos do dia de descanso de Deus? No ano 1975.Isto é digno de nota, particularmente em vista do fato de os “últimos dias” terem começado em 1914, e de os fatos físicos dos nossos dias em cumprimento da profecia marcarem esta como sendo a última geração deste mundo iníquo. Por isso podemos esperar que o futuro imediato esteja cheio de acontecimentos emocionantes para aqueles que depositam a sua fé em Deus e nas suas promessas. Isto significa que dentro de relativamente poucos anos nós vamos testemunhar o cumprimento das restantes profecias que têm que ver com o “tempo do fim.” Despertai, Abril, 1967, pp.19-20

A expectativa de algo grandioso iria acontecer por volta do ano de 1975 começou a ser nutrida bem antes da data realmente chegar, e ao invés de se minimizar com o tempo, ela se potencializou com afirmações cada vez mais categóricas. Em Outubro de 1968 já se podia ouvir afirmações como essa, falando sobre aquela geração que veria o fim:
“Jesus estava obviamente a falar daqueles que tinham idade suficiente para presenciar com compreensão o que aconteceu quando os “últimos dias” começaram. Jesus estava a dizer que algumas daquelas pessoas que estavam vivas quando surgiu o ‘sinal dos últimos dias’ ainda estariam vivas quando Deus trouxesse o fim deste sistema. Mesmo se admitirmos que jovens de 15 anos de idade teriam o discernimento suficiente para se aperceberem da importância do que aconteceu em 1914, ainda assim os mais novos desta “geração” teriam perto de 70 anos de idade hoje. Portanto a grande maioria da geração a que Jesus se referiu já desapareceu na morte. Os que restam estão-se a aproximar de uma idade avançada. E lembre-se que Jesus disse que o fim deste mundo iníquo viria antes de essa geração desaparecer na morte. Isto, por si só, diz-nos que os anos que faltam antes de vir o fim predito não podem ser muitos” Despertai, Outubro, 1968, pp.13-14.

Por defender que 1914 era o início do fim, a STV acreditava que em 1975 o fim deveria vir, afinal, a geração de 1914 estava morrendo e a profecia entrava novamente em descrédito. Entretanto, isso, ao invés de diminuir a expectativa, ela aumentava até o ponto de se considerarem superiores a Jesus Cristo:
“Uma coisa é absolutamente certa, a cronologia bíblica reforçada pelo cumprimento das profecias bíblicas mostra que seis mil anos de existência do homem vão acabar em breve, sim, nesta geração! (Mat. 24:34) Este não é, portanto, o tempo para ser indiferente e complacente. Este não é o tempo para se estar a brincar com as palavras de Jesus de que “com respeito àquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus nem o Filho, mas unicamente o Pai.” (Mat. 24:36) Pelo contrário é um tempo em que se deve estar plenamente ciente de que o fim deste sistema de coisas está a chegar rapidamente ao seu fim violento. Não se engane, é suficiente que o próprio Pai saiba o “dia e a hora”!” (Sentinela, Fevereiro 1969, pp.116)

A certeza e convicção eram de tal forma consolidada na mentalidade do profeta de Jeová, o escravo fiel e discreto, que embora afirmasse que apenas o Pai soubesse o dia e a hora, eles já sabiam o ano. A autoelevação à estatura de Paulo e Jeremias já não era mais uma comparação possível, era necessário se equiparar ao Pai. Diante de uma postura como essa é impossível pensar que a STV não estava profetizando. E passando o tempo, a expectativa aumentava, de tal forma que a STV chegou a anunciar plena certeza de quando isso aconteceria, em 1969, observe:
“Mas o que dizer da atualidade? Atualmente, temos a evidência exigida, toda ela. E é sobrepujante! Todas as muitas partes do grande sinal dos últimos dias estão presentes, junto com a comprovante cronologia bíblica (…) Isto deixaria apenas seis anos mais a contar do outono sententrional de 1969 para completar os 6 mil anos plenos da história humana. Este período de seis anos evidentemente terminará no outono sententrinal do ano de 1975” Despertai de 22 de Abril de 1969, pp23

É evidente que após uma autoelevação à altura de Jeová como conhecedora do ano do ano fim levasse que muitas outras coisas fossem ditas para reafirmar tal profecia do escravo discreto e fiel. Na primeira metade da década de 70, várias afirmações foram feitas para aumentar ainda mais a expectativa de que o fim se aproximava:
“Nossa preocupação principal, agora, deve ser com o presente e o futuro. Precisamos manter o proceder de fidelidade que impeça quaisquer possíveis arrependimentos no futuro. Assim como olhamos para trás, para os últimos cinco anos, olhemos agora para a frente, para cinco anos no futuro. Será então 1975 (…) Jeová nos deu informações suficientes para que possamos saber definitivamente qual a tendência dos eventos futuros. A sua Palavra revela que, sem dúvida, nos aproximamos rapidamente do fim deste inteiro sistema iníquo de coisas. (Mat. 24:3-14; 2 Tim. 3:1-5; 1 João 2:17) O intenso ódio e a violência se tornarão ainda mais ardentes. O desrespeito pela lei se tornará pior. Prevalecerá antagonismo contra tudo o que for religioso. (…) Portanto, quando em breve chegar o fim deste sistema de coisas, qual será a nossa maior necessidade, o nosso bem mais valioso? Não será nosso dinheiro, nem os bens materiais. Não serão quaisquer elementos amistosos do mundo. Não, mas o nosso bem mais valioso e a nossa maior necessidade será a fé inabalável em nosso Deus, Jeová. Precisamos ter a absoluta certeza, no coração e na mente, de que Jeová realmente vive e de que tudo o que a Bíblia diz a Seu respeito é veraz” Sentinela, Maio 1970, pp.285-286.

“Todos gostariam de saber por quanto tempo o sistema atual ainda há de continuar e quando se há de realizar o propósito de Deus na terra do mesmo modo pleno como no céu. Jesus respondeu que “estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada . . . e então virá o fim”. Aqui, no texto grego da Bíblia, ele usou a palavra telos ou “fim” para distinguir o que queria dizer com syntéleia ou “terminação” do sistema de coisas, o período de colheita em que vivemos agora. (Compare isso com Mateus 24:3, 6, Diaglott.) Não se pode predizer exatamente quão pertos estamos do fim do atual sistema divisório de coisas, visto que Jesus disse que nem mesmo ele sabia o dia ou a hora disso, no tempo de seu ministério terrestre. (Mat. 24:36) Entretanto, a cronologia bíblica, que indica que Adão foi criado no outono (hem. set.) do ano 4026 A. E. C., nos levaria até o ano de 1975 E. C. como data que assinalaria 6.000 anos da história humana, com mais 1.000 anos futuros da regência do Reino por Cristo. Portanto, qualquer que seja a data do fim deste sistema, torna-se claro que o tempo que resta é reduzido, sobrando aproximadamente menos de seis anos até o fim de seis mil anos da história humana.” Sentinela, Novembro, 1970, pp.657

“E agora, neste ano crítico de 1975, pode-se perguntar: Será que o Deus Altíssimo da profecia fez para si um nome? A resposta é óbvia: Sim! Por meio de quem? Não pela cristandade, nem pelo judaísmo, mas pelas testemunhas cristãs de Jeová (…) E agora, no ano de 1975, alguns milhares dos do restante ungido, ainda vivos nesta terra, aguardam o cumprimento desta perspectiva alegre. A crescente “grande multidão” de seus companheiros semelhantes a ovelhas aguarda com eles entrar na Nova Ordem sem interrupção de vida. Na Nova Ordem, Jeová Deus aumentará a “longura de dias” do restante ungido na terra ao ponto de fartar os membros dele. Resta a ver se serão ainda retidos aqui na terra para ver o começo da ressurreição dos mortos terrestres e para conhecer testemunhas fiéis dos tempos antigos, pré-cristãos. Gostariam disso, antes de serem tirados do cenário terrestre para a recompensa celestial junto a Cristo” (Sentinela, Março de 1975, pp.190).

A certeza era tanta, que alguns adeptos da STV chegaram a lagar tudo em função de tal profecia e se dedicar exclusivamente ao serviço de campo:
“Receberam-se notícias a respeito de irmãos que venderam sua casa e propriedade e que planejam passar o resto dos seus dias neste velho sistema de coisas empenhados no serviço de pioneiro. Este é certamente, um modo excelente de passar o pouco tempo que resta antes de findar o mundo iníquo” (Ministério do Reino, 1974, p.3-4

O pior é que eram incentivados a isso, afinal eram um modo excelente de passar o pouco tempo que resta antes de findar o mundo. Essa é uma afirmação categórica demais para ser apenas uma afirmação. É uma convicção, uma certeza baseada nos falsos ensinos de uma instituição que se autoglorificou à estatura de único canal da verdade de Jeová.

Diante dessas afirmações é evidente que a STV não apenas se considera como profeta à estatura de Paulo e Jeremias, mas buscou seu lugar à altura do próprio Jeová ao se apresentar como a única instituição que sabia o ano exato do fim, mesmo que apenas o Pai soubesse o dia e a hora. Ainda que Jesus tivesse dito que o período da instituição do Reino Messiânico não era parte da competência dos discípulos (At.1.6-7), o autointitulado canal de comunicação de Jeová, não apenas julgou ser essa sua competência e ocupação, mas definiu quando seria o fim dogmaticamente. Entretanto, o fim não veio! A prova mais evidente disso é que ainda estamos aqui, nós escrevemos esse artigo e você o lê.

3. A Sociedade Torre da Vigia precisou rever seus ensinos?

Mas, o que aconteceu? O fim chegou e nós não vimos? Não. O fim somente não chegou, ele nunca aconteceu. E não foi preciso muito tempo após isso para a STV rever seus falsos ensinos. Em Dezembro de 1975 a STV já iniciou uma tentativa de reverter a lambança feita em nome de Jeová. Aquela autointitulada instituição que serve como canal exclusivo de Jeová, a única verdadeira religião, havia errado e sabia disso, observe:
“Enquanto aguardamos o futuro, temos muitas perspectivas convidativas diante de nós. Portanto, não precisamos especular sobre pormenores que as Escrituras não nos fornecem, mas, antes, devemos estar dispostos a esperar por Jeová, em vez de nos preocupar ou de ficar perturbados com tais assuntos. Por que especular sobre quem será ressuscitado, como se cuidará dos filhos, que tipo de casas serão construídas, se usaremos máquinas ou não, e questões assim. Se realmente precisássemos saber essas coisas, Jeová teria provido as respostas. Em vez de especularmos sobre o desconhecido, quanto melhor é concentrar-se nas coisas emocionantes que a Bíblia realmente diz” (Sentinela, Dezembro de 1975, pp.760)

A percepção do erro fora tão imediatamente percebida que ainda no mesmo ano as desculpas já se iniciaram. Não foi à toa que as testemunhas perderam tantos adeptos no ano seguinte. Foram pessoas que deixaram de estudar e trabalhar para se dedicar a estudar o material profético da STV. Mas, quando o fim não chegou, eles sabiamente abandonaram os salões do erro profético. Para piorar a situação, a STV teve que arrumar desculpas que justificassem o ocorrido, e não faltaram justificativas. Em 1977 já estavam a atribuir a culpa aos leitores que haviam entendido incorretamente o que haviam dito.

A Sentinela, no seu número de 15 de janeiro de 1977, comentou que não era aconselhável fixarmos a vista em determinada data, dizendo:
“Caso alguém tenha ficado desapontado, por não seguir este raciocínio, deve agora concentrar-se em reajustar seu ponto de vista, por não ter sido a palavra de Deus que falhou ou o enganou e lhe causou desapontamento, mas, sim, seu próprio entendimento baseado em premissas erradas.”” (Sentinela 15 de Setembro de 1980, p.17).

É vergonho e desonesto que tenham dito isso, mas disseram. Eles se comportam claramente como falsos profetas, que mesmo admitindo o erro em função das mudanças que tiveram que fizer, colocam a culpa do mal entendido nos próprios fiéis que tinham premissas erradas. Entretanto, tal postura não poderia durar para sempre, e nos anos subsequentes reconheceram com mais franqueza que erraram, observe:
“Se permanecermos fiéis, Deus não nos deixará cometer erros ruinosos. Mas, às vezes, ele permite que erremos, para que entendamos a necessidade de sempre recorrer a ele e à sua Palavra. Isto fortalece nossa relação com ele e nossa perseverança enquanto esperamos. Aprendemos de nossos enganos que é necessário termos mais cuidado no futuro” (Sentinela 15 de Setembro de 1980, p.17)

Quando vem “o fim”? Este fim pode vir quer no fim deste sistema de coisas, quer na própria morte da pessoa, antes daquele tempo. Então, quanto tempo tem cada um de nós? Ninguém pode calcular o dia em que morrerá. Do mesmo modo, Jesus disse aos seus apóstolos, sobre o tempo do estabelecimento do reino de Deus: “Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição.” (Atos 1:7) É impossível calcularmos de antemão quando é o fim do mundo. (Sentinela 15 de Setembro de 1980, p.18)
“Foi preciso uma correção de conceito – Antes de fins do ano de 1914, muitos cristãos esperavam que Cristo retornaria naquela época e os levaria para o céu. Assim, num discurso proferido em 30 de setembro de 1914, A. H. Macmillan, um Estudante da Bíblia, declarou: “Este é provavelmente o meu último discurso público, porque em breve iremos para a nossa morada [o céu].” Obviamente, Macmillan estava equivocado, mas esta não foi a única expectativa não cumprida que ele ou seus co-Estudantes da Bíblia tiveram. Os Estudantes da Bíblia, conhecidos desde 1931 como Testemunhas de Jeová, esperavam também que o ano de 1925 traria o cumprimento de maravilhosas profecias bíblicas. Eles presumiam que naquele tempo começaria a ressurreição terrestre, que traria de volta homens fiéis do passado, como Abraão, Davi e Daniel. Mais recentemente, muitas Testemunhas achavam que eventos relacionados com o começo do Reinado Milenar de Cristo poderiam começar a ocorrer em 1975. Sua expectativa baseava-se no entendimento de que o sétimo milênio da história humana começaria então. Esses conceitos errôneos não significavam que a promessa de Deus fosse errada, ou que ele tivesse cometido um engano. De modo algum! Os erros ou equívocos, como no caso dos cristãos do primeiro século, se deram porque se deixou de acatar o alerta de Jesus: ‘Não sabeis a época.’ As conclusões erradas não aconteceram por intenção maldosa ou infidelidade para com Cristo, mas sim por causa do desejo ardente de ver o cumprimento das promessas de Deus nos seus próprios dias. Assim, A. H. Macmillan mais tarde explicou: “Aprendi que deveríamos admitir os nossos erros e continuar a pesquisar a Palavra de Deus para obtermos mais esclarecimento. Não importa que ajustes tivéssemos de fazer, de tempos a tempos, em nossos conceitos, isso não mudaria a graciosa provisão do resgate e da promessa de vida eterna feita por Deus.” (Despertai, Junho de 1996, pp.9)

Mas, pior do que colocar a culpa nos seguidores por entenderem errado, ou por produzir centenas de desculpas para o fato, a STV começou a distorcer sobre o que realmente havia acontecido. A principal dessas distorções para o fato que o fim não veio, foi a de que não falaram em nome de Jeová:
“Mais tarde, durante os anos de 1935 a 1944, uma revisão do esquema geral da cronologia bíblica revelou que uma má tradução de Atos 13:19, 20 na King James Version, junto com certos outros fatores, causara um erro de mais de um século na cronologia. (À luz dessas tabelas de cronologia bíblica corrigidas, pôde-se ver que os anteriores usos das datas de 1873 e 1878, bem como de datas relacionadas derivadas destas à base de paralelos com eventos do primeiro século, baseavam-se em equívocos.) Isto mais tarde levou ao conceito — às vezes declarado como possibilidade, às vezes mais firmemente — que visto que o sétimo milênio da história humana começaria em 1975, os eventos associados com o início do Reinado Milenar de Cristo poderiam começar a ocorrer então. Eram corretas as crenças das Testemunhas de Jeová nesses assuntos? Elas certamente não erraram em crer que Deus sem falta faria o que prometera. Mas alguns de seus cálculos de tempo e as expectativas que ligavam a estes causaram sérios desapontamentos” (Proclamadores, pp.633)

“As Testemunhas de Jeová, devido ao seu anseio pela segunda vinda de jesus, sugeriram datas que se mostraram incorretas. Por isso, há quem as chames de falsos profetas. No entanto, nunca nesses casos presumiram que suas predições eram feitas em nome de Jeová“. Nunca disseram: Estas são as palavras de Jeová” – Despertai, Março de 1993, p.4

E para acalmar os problemas causados, também passaram a dizer que o que acontecera fora um teste para peneirar a instituição:
 “Embora esses testes resultassem numa peneiração e alguns fossem levados como a palha ao se joeirar o trigo, outros permaneceram firmes. Por quê? Sobre sua própria experiência e a de outros em 1925, Jules Feller explicou: “Os que haviam depositado a sua confiança em Jeová permaneceram firmes e continuaram a sua atividade de pregação.” Eles reconheceram que se havia cometido um equívoco, mas que de modo algum a Palavra de Deus falhara, e, assim, não havia razão para deixar que a sua esperança minguasse ou de esmorecer na obra de apontar para as pessoas o Reino de Deus como a única esperança da humanidade” (Proclamadores, pp.633)

4. Podemos dizer que a Sociedade Torre da Vigia é uma falsa instituição?

Evidentemente que sim. Notamos que ela se intitula como canal exclusivo de Jeová, que ensina e profetiza em seu nome. Também vimos que profetiza com intensidade e clareza, que suas profecias não se cumprem e que embora perceba seus equívocos, se esquiva de modo covarde de suas responsabilidades e da verdade do que realmente aconteceu. Isso certamente evidencia que a STV não se configura uma religião verdadeira.

Se usarmos o critério que usam para descrever as falsas profecias, a STV é culpada de ser uma falsa instituição falando em nome de Deus:
“Atribuem-se a William Miller, que em geral se crê ter fundado a Igreja Adventista, as palavras: “Estou plenamente convencido de que em alguma época entre 21 de março de 1843 e 21 de março de 1844, de acordo com o método judaico de cômputo do tempo, Cristo virá.” Prova o não cumprimento dessas predições que os que as fizeram eram falsos profetas, em conformidade com Deuteronômio 18:20-22? Diz este texto: “O profeta que presumir de falar em meu nome alguma palavra que não lhe mandei falar ou que falar em nome de outros deuses, tal profeta terá de morrer. E caso digas no teu coração: ‘Como saberemos qual a palavra que Jeová não falou?’ quando o profeta falar em nome de Jeová e a palavra não suceder nem se cumprir, esta é a palavra que Jeová não falou.”" – Depertai, Março de 1993, p.3

“É lamentável essa abundância de alarmes falsos. São como os gritos de “lobo! lobo!” do pastorzinho — as pessoas logo os desconsideram e, quando se dá o aviso verdadeiro, este também é ignorado“

“É verdade que houve aqueles que em tempo passados anunciaram o fim do mundo, até mesmo anunciando uma data específica. Alguns ajuntaram grupos de pessoas a eles e fugiram para as colinas ou se retiraram para suas casas, aguardando o fim. Todavia, nada aconteceu. O fim não veio. Eram culpados per profetizar falsamente. Por que? O que estava faltando? Faltava a plena medida de evidência exigida em cumprimento da profecia bíblica. O que tais pessoas não tinham eram as verdades de Deus e a evidência de que Ele as guiava e usava” – Despertai de 22 de Abril de 1969, pp23

Mesmo assim, tal instituição, apesar de suas fraudes e fracassos do passado, não desiste de pensar do assunto e ainda faz suas afirmações:
“A palavra profética de Jeová mediante Cristo Jesus diz: “Esta geração [de 1914] de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” ( Lucas 21:32) E Jeová, que é a fonte de profecias inspiradas e infáliveis, fará com que as palavras de seu filho se cumpram num prazo de tempo relativamente curto. – Isaías 46:9, 10; 55:10,11″ – Sentinela, Novembro 1984, p.6.

De fato, pode-se confiar nas promessas de Deus! Os humanos é que estão propensos ao erro. Portanto, os cristãos verdadeiros continuarão numa atitude de espera, em obediência à ordem de Jesus. Eles vão manter-se alertas e prontos para a inevitável vinda de Cristo como Executor de Deus. Não permitirão que falsas predições ofusquem a sua percepção levando-os a desconsiderar o verdadeiro aviso a respeito do fim do mundo. Mas, que dizer da crença de que este mundo acabará? Existe realmente evidência de que isso ocorrerá em breve, dentro de nosso período de vida” (Despertai, Junho de 1996, pp.9)

E você ainda consegue acreditar no que dizem? Espero que não…

Fonte: Teologando
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Valioso comentário publicado no site original do artigo.

Por Fernando Galli

Preza irmão e pastor Marcelo Berti. Louvo a Deus por suas matérias. Essa especialmente mostrou o resultado de um irmão que pesquisa e se baseia em fatos. Uma TJ sincera não teria como negar suas colocações. Como fui TJ por quase 17 anos, aproveito para lhe contar algo,

Em 1985, conheci Piter Lents, Um senhor alemão, TJ, que veio a ser como um pai para mim. Até hoje, quase 15 anos após seu falecimento, sinto saudades de tamanha amizade que tivemos. Ele era pioneiro especial TJ, ou seja, dedicava 140 horas mensais no serviço de casa em casa, com sua esposa. Certo dia, eu o procurei para falar sobre 1975. Ele me contou que quando se aproximava 1975, um representante de Betel (Central das TJs nos EUA), corrigiu-o fortemente por ter dito que nunca acreditaria que o Armagedom viria em 1975. Piter Lents me contou que jamais deu crédito àquela “baboseira”, mas que fora repreendido por manifestar sua descrença.

Em minhas andanças, conheci uma família que vendeu tudo o que tinha na época, nos fins de 1974, para gastar o dinheiro na pregação TJ.

O que me impressiona é a malandragem dos líderes dessa seita se referirem aos que esperavam o cumprimento de suas expectativas com expressões do tipo: “alguns cristãos que aguardavam em 1975 a volta de Cristo….”. Ora, alguns? Praticamente, todas as TJs, com exceção de algumas, como Piter Lents! Primeiro, o corpo governante disse que talvez viria, e num congresso em 1974, disseram provavelmente.

Todos os dias, irmão Marcelo, me ligam TJs para se abrirem comigo. Tempos atrás um ancião TJ me ligou, afirmando estar em crise, necessitando até de cuidados neurológicos. Ele disse-me que me odiava muito até que ele pode comprovar tudo o que eu denunciava no meu blog. O mesmo aconteceu comigo.

Enfim, eu oro pelas TJs. Servir a um falso deus à lá MacDonald deve parecer-lhes bom, mas pobrezinhas! São vítimas de falsos profetas, maníacos exclusivistas por si mesmos. Uma seita com 138 anos com 317 mudanças de ensinos, arvorando-se em ser a única religião verdadeira, destruindo vidas, lavando o cérebro de milhões! Coisa do diabo! – Fernando Galli.

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