Por Charles Bradley
John Owen é, às vezes, citado como “o grande teólogo Britânico de todos os tempos.”
Ele viveu na Inglaterra no século dezessete quando o Puritanismo estava
no seu auge, morrendo com a idade de sessenta e sete anos em 1683. Ele
foi um escritor prolífico e profundo. Tamanha foi sua influência que
muitos de seus trabalhos continuam a ser reimpressos hoje em dia.
Alguns podem levar a questão, “Por que
considerar os pensamentos de alguém tão distante do cenário
contemporâneo na educação teológica, afinal?”. Há uma razão importante
para levar em conta o que Owen tem a dizer seriamente: Existe uma falha
crescente e separação entre teólogos e ministros no pastorado. Teologia,
na prática, é cada vez mais a província do seminário e da classe de
aula é cada vez menos do que o pastor na igreja local. John Owen, em
contraste, foi tanto teólogo quanto pastor. Além disso, ele é típico
desses Reformadores ambos no Continente e na Inglaterra que, como Merle
d’ Aubigné observou, “… sempre combinavam atividades aprendidas com
seus trabalhos práticos: estes trabalhos eram seus objetivos, seus
estudos foram seus recursos” [História da Reforma, 2:362]. Grande
parte do trágico desperdício e fraqueza na igreja contemporânea pode ser
delineada pelo divórcio da teologia e do ministério prático. Parece
lógico voltar e examinar o que era essencial na educação teológica nas
mentes dos pastores-teólogos da grande Reforma—dos quais Owen é um
exemplo notável. Talvez tal exame fornecerá uma correção necessária.
Antes de alguém poder entender os
pré-requisitos essenciais para educação teológica de Owen, deve
familiarizar-se com a posição de Owen pertinente aos objetivos da
educação teológica. Para Owen, a busca por conhecimento era seu
principal objetivo e propósito primário, primeiro “viver aceitavelmente diante de Deus” [Biblical Theology 668] e, segundo, “o cultivo da mais santa e doce comunhão com Deus, onde reside a verdadeira felicidade da humanidade”
[Biblical Theology 618]. Que ele manteve este propósito como
fundamental para o estudo teológico não é necessário dizer. Ele esperava
que ministros fossem afetados pela palavra de Deus num nível pessoal
antes de seu avanço no ministério público. Apenas, então, ele
considerava os homens qualificados para buscar o desenvolvimento de
capacidade e habilidade nas áreas práticas de serviço [Works of John
Owen 9:455-463].
Uma coisa permanece clara nos escritos
de Owen: Nem teologia, nem ministério prático, nem sequer o processo de
educação sempre serviram como fins em si mesmos. Seu objetivo sempre foi
que a glória de Deus fosse exibida através da vida do
ministro-estudante, e que a presença de Deus fosse manifesta em sua vida
e ministério. Ambos são derivados da comunhão com Deus a nível
pessoal. É um eufemismo dizer que os paradigmas modernos da educação
teológica, com suas ênfases nos processos e resultados, não edificam o
ministro-estudante ou aumentam sua própria comunhão com Deus. Apenas um
olhar para o nível de frustração e desapontamento experimentado por
ministros para perceber que o objetivo de Owen não é estimado
atualmente, e é raramente alcançado.
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