sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O Pré-requisito para Educação Teológica de Acordo com John Owen

Por Charles Bradley

John Owen é, às vezes, citado como “o grande teólogo Britânico de todos os tempos.” Ele viveu na Inglaterra no século dezessete quando o Puritanismo estava no seu auge, morrendo com a idade de sessenta e sete anos em 1683. Ele foi um escritor prolífico e profundo. Tamanha foi sua influência que muitos de seus trabalhos continuam a ser reimpressos hoje em dia.

Alguns podem levar a questão, “Por que considerar os pensamentos de alguém tão distante do cenário contemporâneo na educação teológica, afinal?”.  Há uma razão importante para levar em conta o que Owen tem a dizer seriamente: Existe uma falha crescente e separação entre teólogos e ministros no pastorado. Teologia, na prática, é cada vez mais a província do seminário e da classe de aula é cada vez menos do que o pastor na igreja local. John Owen, em contraste, foi tanto teólogo quanto pastor.  Além disso, ele é típico desses Reformadores ambos no Continente e na Inglaterra que, como Merle d’ Aubigné observou, “… sempre combinavam atividades aprendidas com seus trabalhos práticos: estes trabalhos eram seus objetivos, seus estudos foram seus recursos” [História da Reforma, 2:362]. Grande parte do trágico desperdício e fraqueza na igreja contemporânea pode ser delineada pelo divórcio da teologia e do ministério prático. Parece lógico voltar e examinar o que era essencial na educação teológica nas mentes dos pastores-teólogos da grande Reforma—dos quais Owen é um exemplo notável. Talvez tal exame fornecerá uma correção necessária.

Antes de alguém poder entender os pré-requisitos essenciais para educação teológica de Owen, deve familiarizar-se com a posição de Owen pertinente aos objetivos da educação teológica. Para Owen, a busca por conhecimento era seu principal objetivo e propósito primário, primeiro “viver aceitavelmente diante de Deus” [Biblical Theology 668] e, segundo, “o cultivo da mais santa e doce comunhão com Deus, onde reside a verdadeira felicidade da humanidade” [Biblical Theology 618]. Que ele manteve este propósito como fundamental para o estudo teológico não é necessário dizer. Ele esperava que ministros fossem afetados pela palavra de Deus num nível pessoal antes de seu avanço no ministério público. Apenas, então, ele considerava os homens qualificados para buscar o desenvolvimento de capacidade e habilidade nas áreas práticas de serviço [Works of John Owen 9:455-463].

Uma coisa permanece clara nos escritos de Owen: Nem teologia, nem ministério prático, nem sequer o processo de educação sempre serviram como fins em si mesmos. Seu objetivo sempre foi que a glória de Deus fosse exibida através da vida do ministro-estudante, e que a presença de Deus fosse manifesta em sua vida e ministério. Ambos são derivados da comunhão com Deus a nível pessoal.  É um eufemismo dizer que os paradigmas modernos da educação teológica, com suas ênfases nos processos e resultados, não edificam o ministro-estudante ou aumentam sua própria comunhão com Deus.  Apenas um olhar para o nível de frustração e desapontamento experimentado por ministros para perceber que o objetivo de Owen não é estimado atualmente, e é raramente alcançado.

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